sexta-feira, 24 de março de 2023

Reflexão pós Quaresma... A IGREJA E O BAR !

 


A IGREJA E O BAR !
Um homem foi à igreja, ele esqueceu-se de silenciar o telefone, que acabou tocando acidentalmente durante a oração.
O líder o repreendeu veementemente por isso.
Os membros falaram sobre o quanto interromper a reverência foi inapropriado.
Sua esposa continuou a repreendê-lo por conta de seu descuido durante o retorno pra casa.
Quem olhasse para ele, perceberia a vergonha, o embaraço e humilhação que ele sentia.
Depois disso, infelizmente, ele não voltou à igreja.
E, naquele mesmo dia, ele decidiu ir a um bar.
Ainda estava bem chateado. Por conta disso acabou derrubando o copo de bebida sobre a mesa em que estava.
O garçom limpou a mesa e ofereceu guardanapos para que ele se limpasse.
Outro funcionário veio e limpou o chão.
A gerente ofereceu-lhe outro drink e deu-lhe um abraço amigável, dizendo:
"Não se preocupe ... quem nunca cometeu erros?"
Desde então ele é cliente assíduo do estabelecimento.
Algumas vezes nossa atitude como membros afasta as pessoas que deviam ser instruídas por nós.
Podemos fazer toda a diferença na vida de alguém, especialmente quando esse alguém comete erros.
Pensem nisso !!! Todos nós erramos !!!

terça-feira, 21 de março de 2023

40º dia da Quaresma... Coisas que a vida ensina...

 


Coisas que a vida ensina

Amor não se implora, não se pede não se espera…
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados a terra por Deus para
mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que
abrem portas para uma vida melhor
O amor… Ah, o amor…
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças…
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente…

39º dia da Quaresma... Flor amarela...

 


Flor amarela

Um dia observando um terreno baldio, fiquei comovido ao identificar em meio a várias ervas daninhas um linda flor de cor amarela.

Não era difícil percebê-la, sua cor e forma contrastavam enormemente com as ervas de coloração verde que a rodeavam.

Durante alguns minutos essa súbita observação suscitou em mim uma série de reflexões: pensei no quanto estamos em um mundo difícil de se viver e no quanto é importante a gente não se deixar sufocar pelos problemas.

Conclui que por mais que o mundo esteja cheio de ervas daninhas, nós não temos que nos tornar uma delas. Não importa qual sejam as dificuldades haverão sempre flores amarelas…

Quando deixamos de percebê-las é porque a pretensão de achar que sabemos tudo nos tapa os olhos.

Nisso, perdemos um pouco da nossa identidade e passamos a achar o nosso lugar ruim de viver. Invejamos o jardim do vizinho.

Achamos que seríamos mais felizes com uma outra casa, carro, emprego… Vã ilusão! Poucos são os jardins onde não existem ervas daninhas.

O que torna uns mais belos que os outros é tão somente a maneira como os observamos e a capacidade que temos, ou não, de identificar as flores em meio às ervas daninhas.

38º dia da Quaresma... Mar da vida...

 


Mar da vida

Viver é nadar em mar aberto. É estar atento a todas as possibilidades que existem a sua volta.
Aí, num mar grande, braçada a braçada você vai ajustando o curso, tentando descobrir quando é melhor insistir e quando é melhor desistir e deixar pra lá. Se deixar levar.
O mar da vida, entre batalhas ganhas e ondas perdidas, o nadador avança, recua, volta a avançar. Se lança, às vezes, sem certeza nenhuma na correnteza do infinito.
E abrir-se a todas as possibilidades é mergulhar na beleza de estar vivo hoje.
O mais importante de tudo é você sentir o coração pulsar esteja você em situação que estiver, alegre, triste, do jeito que o seu coração mandar. Mas acredite que viver é muito bom e a gente só tem hoje pra amar, a gente só tem hoje pra continuar!

37º dia da Quaresma... Quantas vezes...

 


Quantas vezes

Quantas vezes nós pensamos em desistir,
deixar de lado, o ideal e os sonhos.
Quantas vezes batemos em retirada, com o coração amargurado pela injustiça.
Quantas vezes sentimos o peso da responsabilidade, sem ter com quem dividir.
Quantas vezes sentimos solidão, mesmo cercados de pessoas.
Quantas vezes falamos, sem sermos notados.
Quantas vezes lutamos por uma causa perdida.
Quantas vezes voltamos para casa com a sensação de derrota.
Quantas vezes aquela lágrima, teima em cair, justamente na hora que precisamos parecer fortes.
Quantas vezes pedimos a Deus um pouco de força, um pouco de luz.
E a resposta vem, seja lá como for, um sorriso, um olhar cúmplice, um cartãozinho, um bilhete, um gesto de amor.
E a gente insiste,
Insiste em prosseguir, em acreditar, em transformar, em dividir, em estar, em ser.
E Deus insiste em nos abençoar,
Em nos mostrar o caminho:
Aquele mais difícil,
mais complicado, mais bonito.
E a gente insiste em seguir,
por que tem uma missão…
SER FELIZ!

36º dia da Quaresma... Ser ou Ter...

 


Ser ou Ter

Nossa correria diária não nos deixa parar para perceber se o que temos já não é o suficiente para nossa vida.
Nos preocupamos muito em TER: ter isso, ter aquilo, comprar isso, comprar aquilo.
Os anos vão passando, quando nos damos conta, esquecemos do mais importante que é VIVER e SER FELIZ! Muitas vezes para ser Feliz não é preciso Ter, o mais importante na vida é SER.
As pessoas precisam parar de correr atrás do Ter e começar a correr atrás do SER: Ser Amigo, Ser Amado, Ser Gente.
Tenho certeza de que, quando SOMOS, ficamos muito mais Felizes do que quando Temos.
O SER leva uma vida para se conseguir e o Ter muitas vezes conseguimos logo.
O SER não se acaba nem se perde com o tempo, mas o Ter pode terminar logo.
O SER é eterno, o Ter é passageiro. Mesmo que dure por muito tempo, pode não trazer a Felicidade… E é aí que vem o vazio na vida das pessoas… Por isso, tente sempre SER e não Ter.
Assim você sentirá uma Felicidade sem preço! Espero que você deixe de cobrar o que fez e o que não fez nos últimos anos e que você tente o mais importante:
SER FELIZ

35º dia da Quaresma... Joias raras...

 


Joias Raras

Narra antiga lenda que um rabi, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o rabi empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.

No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.

A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia?

Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção.

Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o rabi retornou ao lar.

Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos…

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.

Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.

A esposa, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou: o que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

– Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo!

– O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

– Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!… Por que isso agora?

– É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

– Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

– Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o rabi respondeu com firmeza: ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo!

– Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Faremos isso juntos, hoje mesmo.

– Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito.

– As jóias preciosas eram nossos filhos.

– Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram.

O rabi compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram grossas lágrimas. Sem revolta nem desespero.

Os filhos são jóias preciosas que o Criador nos confia a fim de que as ajudemos a burilar-se.

Não percamos a oportunidade de enfeitá-las de virtudes. Assim, quando tivermos que devolvê-las a Deus, que possam estar ainda mais belas e mais valiosas.

34º dia da Quaresma... Saiba sair de cena...

 


Saiba sair de cena

Uma das coisas que aprendi com pessoas de grande sabedoria é saber sair de cena, deixar o palco, sair da roda, mudar de assunto. Saber o momento exato de fazer com que os holofotes fiquem sobre os outros e não sobre você. No mundo competitivo em que vivemos, a sua presença “marcante” pode marcar demais. A sua ideia “brilhante” pode brilhar demais.

A forma “inovadora” de pensar pode inovar demais. E nem sempre as pessoas estão dispostas a deixar você brilhar impunemente.

É hora de sair de cena. Nem que seja por um tempo. É preciso fazer os outros pensarem que você desistiu. É preciso dar a chance das pessoas acharem que você não quer mais estar no palco. Mas saber sair de cena é uma arte tão importante quanto saber entrar em cena.

Todo ator sabe disso.

Assim, é preciso sair de cena com classe. É preciso sair de cena com a discrição de um lorde inglês. Quando as pessoas sentem-se ameaçadas por você e começam a ter respostas agressivas desproporcionais, talvez seja a hora de sair de cena. Quando você, sem ter desejado ou planejado, começa a aparecer muito na sua área de atuação ou no seu setor de trabalho, talvez seja a hora de sair de cena por um tempo.

Saber sair de cena é também saber mudar de assunto. Quando as pessoas vêm lhe perguntar e comentar sobre o seu sucesso, sobre seus bens materiais, seu possível enriquecimento, etc., querendo fazer você falar sobre você – é hora de mudar de assunto.

É hora de sair de cena. Os sábios sabem que você nada ganhará falando de você mesmo para os outros. Nem bem, nem mau. Mude de assunto. Saia de cena.

Não caia nessa armadilha. Quando o embate se dará com poderosos e você conhece o poder destrutivo desses poderosos, pense bem antes de entrar no combate.

Talvez você ganhe mais saindo de cena.

Deixe a briga de cachorro grande para grandes cães. Saiba sair de cena.

Você terá outras oportunidades. Você ganhará outras batalhas com menos estresse, com menores esforços. É preciso fazer um grande esforço de sabedoria para saber quando sair de cena. É preciso ter uma grande capacidade artística para saber como sair de cena.

Será que temos tido a sabedoria e a arte de sair de cena, deixar o palco, mudar de assunto, na hora certa, no momento exato?

33º dia da Quaresma... Amar não é vergonha...

 


Amar não é vergonha

Sua presença é um presente para o mundo.
Você é única e só há uma igual a você.
Sua vida pode ser o que você quer que ela seja.
Viva os dias, apenas um de cada vez.
Conte suas bênçãos, não os seus problemas.

Você os superará, venha o que vier.
Dentro de você há muitas respostas.
Compreenda, tenha coragem, seja forte.
Não coloque limites em si mesmo.

Muitos sonhos estão esperando para serem realizados.
As decisões são muito importantes para serem deixadas ao acaso.
Alcance o seu máximo, seu melhor, seu prêmio.
Não leve as coisas tão a serio.
Viva um dia de serenidade e não de arrependimento.
Lembre-se que um pouco de amor dura muito.
Dura sempre! Lembre-se que a amizade é um investimento sábio.

Os tesouros da vida são as pessoas.
Perceba que nunca é tarde demais.
Faça a coisa simples, de uma forma simples.
Tenha saúde.
Viva melhor.

Faça como os passarinhos.
Comece o dia cantando. A música é o alimento para o espírito.
Cante qualquer coisa, cante desafinado, mas cante!
Cantar dilata os pulmões e abre a alma para tudo
de bom que a vida tem por oferecer.
Se insistir em não cantar, ao menos ouça muita música
e deixe-se absorver por ela.

Ria da vida. Ria dos problemas. Ria de você mesmo.
Ria das coisas boas que lhe acontecem.
Ria das besteiras que fez. Ria abertamente para que todos
possam se contagiar com a sua alegria.

Não se deixe abater pelos problemas.
Se você se convencer de que está bem,
vai acabar acreditando e se sentindo bem.
O bom humor, assim como o mau humor, é contagiante.
Qual deles você escolhe?

Leia coisas positivas. Leia bons livros, poesias,
pois a poesia é a arte de aceitar a alma.
Pratique algum esporte.
O peso da cabeça é muito grande
e ter que ser contrabalançado com alguma coisa.
Você certamente vai se sentir bem disposta,
mais animada e mais jovem.

Encare suas obrigações com satisfação.
É maravilhoso quando se gosta do que faz.
Ponha amor em tudo o que estiver ao seu alcance.
Quando for fazer alguma coisa, mergulhe de cabeça.
Não viva emoções mornas, próprias de pessoas mornas.
Não deixe as oportunidades que a vida oferece. Elas não voltam.
Nenhuma barreira é intransponível se você estiver disposto a lutar.
Não deixe que os problemas acumulem. Resolva-os logo! Fale.
Converse. Escute. Brigue.

O que mata é o silêncio e o rancor.
Exteriorize tudo, deixe que as pessoas saibam que você as estima,
as ama, precisa delas, principalmente em família.

Amar não é vergonha.

32º dia da Quaresma... A escolha é sua...

 


A escolha é sua!

Você já ouviu alguma vez falar de livre-arbítrio?
Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.
Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher.
E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude.
Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra. Ao ouvir o despertador, podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades, no corpo físico.
Ao encontrarmos o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia.
Quando chegamos ao local de trabalho, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com mau humor.
Conta um médico, que trata de pacientes com câncer, que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas.
Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença. Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para se distrair.
Quando alguém o ofende, você pode escolher por revidar, calar-se ou oferecer o tratamento oposto. A decisão sempre é sua.
O que vale ressaltar é que todas as ações terão uma reação correspondente, como conseqüência. E essa ação é de nossa total responsabilidade.
E isso deve ser ensinado aos filhos desde cedo. Caso a criança escolha agredir seu colega e leve alguns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua ação e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade.
Tudo na vida está sujeito à lei de causa e efeito: para uma ação positiva, um efeito positivo. para uma ação infeliz, o resultado correspondente.
Se você chega ao trabalho bem humorado, alegre, radiante, e encontra seu colega de mau humor, você pode decidir entre sintonizar na faixa dele ou fazer com que ele sintonize na sua.
Você tem ainda outra possibilidade de escolha: ficar na sua.
Todavia, da sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem.
Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se semeamos boas sementes de flores, colheremos flores. se plantamos espinheiros, colheremos espinhos. Não há outra saída.
Mas o que importa mesmo é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a justiça divina.
Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia terão seus frutos. São aqueles atos praticados no anonimato, na surdina, que aparentemente ficam impunes. Um dia eles aparecerão e reclamarão colheita.
Igualmente, os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume agradável. É só deixar nas mãos do jardineiro divino, a quem chamamos de Deus.

Pense nisso!

A hora seguinte será o reflexo da hora atual.
O dia de amanhã trará os resultados do dia de hoje.
É assim que vamos construindo a nossa felicidade ou a nossa desdita, de acordo com a nossa livre escolha, com nosso livre-arbítrio.

segunda-feira, 20 de março de 2023

31º dia da Quaresma... a melhor metade...

 


Melhor metade

Faz um tempo, minha esposa tomou a missão de colocar frutas no meu café da manhã.

Outro dia, uma tarde chuvosa, saí do trabalho e passei no mercado para comprar alguns mamões. Na banquinha, achei só uns poucos, e todos meio feios. Garimpei, escolhi os mais apresentáveis e acabei conseguindo três, cada um com algum defeito pequeno.

Na manhã seguinte, cortei o primeiro em dois: uma metade com umas marcas de batida na casca e a outra perfeita. Comi a parte pior – tive que jogar uma colherada no lixo – e deixei a melhor sobre o balcão da cozinha. Mesma coisa fiz na segunda manhã, com o segundo. O último que sobrou na geladeira tinha uns pontos pretos; virei-o na prateleira de um jeito que escondesse as manchas.

Pois hoje, dia do último mamão, minha mulher acordou mais cedo – normalmente eu me levanto meia hora antes – e, quando eu saí do banho, ela já tinha tomado café da manhã e cantarolava no quarto.

Fui para a cozinha e estava lá meu cereal, o leite, o pão, os frios e uma metade de mamão. Na hora, lembrei dos pontinhos podres e virei o bendito para ver: imaculado. Minha esposa acabara de ficar com o pedaço ruim.

Pegando a colher, me senti meio culpado por não ter ido à cozinha antes que ela. Mas, no segundo seguinte, pensei que isso seria negar que ela também pudesse fazer algo por mim. Imagino que tenha ficado feliz por ter saído da cama mais cedo para descobrir a parte ruim do mamão e escondê-la de mim, a mesma alegria silenciosa que eu tivera nos dois dias anteriores. Porque, no fundo, um casamento é isso: oferecer ao outro sempre a melhor metade.

Bruno Palma e Silva

30º dia da Quaresma... O Taxista ...

 


O Taxista

Há vinte anos, eu ganhava a vida como motorista de táxi. Encontrei pessoas cujas vidas surpreenderam-me, enobreceram-me, fizeram-me rir e chorar.

Nenhuma tocou-me mais do que a de uma velhinha que eu peguei tarde da noite.

Era agosto.

Eu havia recebido uma chamada de um pequeno prédio de tijolinhos de quatro andares, em uma rua tranqüila de um subúrbio da cidade.
Quando eu cheguei às 02.30 horas da madrugada, o prédio estava escuro, com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo. Assim fui até a porta e bati. “Um minuto”, respondeu uma voz débil e idosa.

Uma octogenária pequenina apareceu. Ao seu lado havia uma pequena valise de nylon.

Toda sua mobília estava coberta por lençóis. Não havia relógios, roupas ou utensílios sobre os móveis.

Eu peguei a mala e caminhei vagarosamente para o meio-fio, ela ficou agradecendo minha ajuda.

Quando embarcamos, ela deu-me o endereço e pediu:

– O Sr poderia ir pelo centro da cidade?

– Não é o trajeto mais curto – alertei-a prontamente.

– Eu não me importo. Não estou com pressa, pois meu destino é um asilo de velhos. Eu olhei pelo retrovisor. Os olhos da velhinha estavam marejados, brilhando.

– Eu não tenho mais família – continuou – O médico diz que tenho pouco tempo.

Eu disfarçadamente desliguei o taxímetro e perguntei:

– Qual o caminho que a Sra. deseja que eu tome?

Nas duas horas seguintes circulamos pela cidade.

Ela mostrou-me o edifício que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista.

Nós passamos pelas cercanias em que ela e o esposo tinham vivido como recém casados em outros tempos, hoje um depósito de móveis, que havia sido um grande salão de dança que ela freqüentara quando mocinha.

De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina – ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada.Quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, ela disse de repente:

– Eu estou cansada. Vamos agora!

Viajamos, então, em silêncio, para o endereço que ela havia me dado.

Chegamos a uma casa de repouso. Dois atendentes caminharam até o taxi, assim que ele parou.

Eu abri a mala do carro e levei a pequena valise para a porta.

A senhora já estava sentada em uma cadeira de rodas.

– Quanto lhe devo? – ela perguntou, pegando a bolsa.

– Nada – respondi.

– Você tem que ganhar a vida, meu jovem.

– Há outros passageiros – respondi.

Quase sem pensar, eu curvei-me e dei-lhe um abraço. Ela me envolveu comovidamente.

– Você deu a esta velhinha bons momentos de alegria.

– Obrigado.

Apertei sua mão e caminhei no lusco-fusco da alvorada. Atrás de mim uma porta foi fechada.

Ao relembrar, não creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida.

Nós estamos condicionados a pensar que nossas vidas giram em torno de grandes momentos.

Todavia, os grandes momentos freqüentemente nos pegam desprevenidos e ficam maravilhosamente guardados em recantos que os outros podem considerar sem importância.

“AS PESSOAS PODEM NÃO SE LEMBRAR EXATAMENTE O QUE VOCÊ FEZ, OU O QUE VOCÊ DISSE MAS ELAS SEMPRE LEMBRARÃO DE COMO VOCÊ AS FEZ SENTIR”

29º dia da Quaresma... Família, nosso maior bem...

 


Família, nosso maior bem

Eu estava correndo e de repente um estranho trombou em mim:

– Oh, me desculpe “por favor”, foi a minha reação.

E ele disse:

– Ah, desculpe-me também, eu simplesmente nem te vi!

Nós fomos muito educados um com o outro, aquele estranho e eu. Então, nos despedimos e cada um foi para o seu lado. Mais tarde naquele dia, eu estava fazendo o jantar e meu filho parou do meu lado tão em silêncio que eu nem percebi. Quando eu me virei, tomei o maior susto e lhe dei uma bronca.

– Saia do meu caminho filho!

E eu disse aquilo com certa braveza. E ele foi embora, certamente com seu pequeno coração partido. Eu nem imaginava como havia sido rude com ele.

Quando eu fui me deitar, eu podia ouvir a voz calma e doce de Deus me dizendo:

– Quando falava com um estranho, quanta cortesia você usou! Mas com seu filho, a criança que você ama, você nem sequer se preocupou com isso! Olhe no chão da cozinha, você verá algumas flores perto da porta. São flores que ele trouxe para você. Ele mesmo as pegou. A cor-de-rosa, a amarela e a azul. Ele ficou quietinho para não estragar a surpresa e você nem viu as lágrimas nos olhos dele.

Nesse momento, eu me senti muito pequena. E agora, o meu coração era quem derramava lágrimas. Então eu fui até a cama dele e ajoelhei ao seu lado.

– Acorde filhinho, acorde. Estas são as flores que você pegou para mim?

Ele sorriu.

– Eu as encontrei embaixo da árvore. Eu as peguei porque as achei tão bonitas como você! Eu sabia que você iria gostar, especialmente da azul.

Eu disse:

– Filho, eu sinto muito pela maneira como agi hoje. Eu não devia ter gritado com você daquela maneira.

– Ah mamãe, não tem problema, eu te amo mesmo assim!

– Eu também te amo. E eu adorei as flores, especialmente a azul.

Você já parou pra pensar que, se morrermos amanhã, a empresa para qual trabalhamos poderá facilmente nos substituir em uma questão de dias. Mas as pessoas que nos amam, a família que deixamos para trás, os nossos filhos, sentirão essa perda para o resto de suas vidas. E nós raramente paramos para pensar nisso.

Às vezes colocamos nosso esforço em coisas muito menos importantes que nossa família, que as pessoas que nos amam, e não nos damos conta do que realmente estamos perdendo.

Perdemos o tempo de sermos carinhosos, de dizer um “eu te amo”, de dizer um “obrigado”, de dar um sorriso, ou de dizer o quanto cada pessoa é importante para nós.

Ao invés disso, muitas vezes agimos rudemente, e não percebemos o quanto isso machuca os nossos entes queridos.

A família é o nosso maior bem!

28º dia da Quaresma... A caminhada da vida...

 


A caminhada da vida

Na caminhada da vida, aprendi que nem sempre temos o que queremos. Porque nem sempre o que queremos nos faz bem.

Foi preciso as dores, para que eu aprendesse com as lágrimas.

Foi necessário o riso, para que eu não me enclausurasse com o tempo.

Foi preciso as pedras, pra que eu construísse meu caminho.

Foram fundamentais as flores, para que eu me alegrasse na caminhada.

Foi imprescindível a fé, para que eu, não perdesse a esperança.

Foi preciso perder, para que ganhasse de verdade.

Foi no silencio que fui ouvido com clareza.

Pois sem provas não tem aprovação.

E a vitória sem conquista é ilusão.

E a maior virtude dos fortes é o perdão.



27º dia da Quaresma... Mudar é preciso...

 


Mudar é preciso

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo, e o que não mata com certeza fortalece.

Às vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, a vida continua. Pra qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze.

Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos.

Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.

Não fique preocupado, você nunca sabe quem está se apaixonando pelo seu sorriso.

sexta-feira, 10 de março de 2023

26º dia da Quaresma... A pedra...


 

A pedra

O distraído nela tropeçou.

O bruto a usou como projétil.

O empreendedor usando-a, construiu.

O camponês, cansado da lida, dela fez assento.

Drummond a poetizou.

Para meninos, foi brinquedo.

Já David matou Golias, e Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura.

Da faísca do seu atrito, nossos ancestrais se aqueciam no frio.

Em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem! Não existe “pedra” no seu caminho que você não possa aproveitá-la para seu próprio crescimento.

Cada instante que passa é uma gota de vida que nunca mais torna a cair, aproveite cada gota para evoluir… 

Das oportunidades saiba tirar o maior proveito, porque talvez não teremos outra chance.

25º dia da Quaresma... O poder da palavra...


 

O poder da palavra

Aprendi que antes de se praticar o uso da palavra, é necessário conferir poder à esta palavra.

Antigamente eu acreditava que bastava utilizar palavras de efeito positivo para que pudéssemos alcançar efeitos positivos.

Sem dúvida, palavras positivas atraem forças positivas. Porém, só existe um meio de você carregar suas palavras de poder, para extrair delas seu potencial real:

É torná-la sagrada. é colocá-la na prática da verdade.

É purificá-la.

A mentira é um exemplo do que diminui o poder da palavra.

Quando uma pessoa mente, e você descobre, a palavra da mesma não vai mais surtir efeito para você, por mais lindas e poéticas que elas sejam.

A palavra tem que ser acompanhada da conduta. Cada vez que você usa a palavra para mentir, estará reduzindo o poder de sua palavra.

Mesmo quando a mentira não servirá para magoar alguém, ou como costumamos dizer: apenas uma mentirinha sem importância.

Não se iluda!

A escolha é sua: Você estará enfraquecendo a força de sua palavra.

Quando usamos a palavra para blasfemar, para julgar o próximo, para ironizar pessoas ou situações, damos mau uso à palavra e a palavra perde o poder.

Quando você dá a sua palavra, e não cumpre, mesmo que seja apenas não estar presente em uma data ou local combinado, no cumprimento de prazos, mesmo que seja por esquecimento, você enfraquece a sua palavra.

O mesmo acontece com as palavras que ofendem.

Quando você pronuncia uma palavra, principalmente com emoção, emite uma força ao Universo.

Como toda a energia tem movimento, e como tudo o que você emite ao Universo, acaba voltando ao mesmo ponto, o padrão da força que vai, vem trazendo na volta, força semelhante para quem as emitiu, como um bumerangue.

Sejamos pois, vigilantes das palavras que emitimos, compreendendo que, quando a palavra vale menos do que o silêncio, é preferível calar-se.

E se cada palavra emitida é uma força, quanto menos falarmos desnecessariamente, mais força, mais poder, teremos ao pronunciá-la, compreendendo a sabedoria que também pode vir com o silêncio.

A partir deste estudo, então, estaremos prontos para utilizar palavras sagradas, em todo o seu poder.

24º dia da Quaresma... Plante o futuro...


 

Plante o futuro

Um senhor já idoso amava muito as plantas. Todos os dias acordava bem cedo para cuidar de seu jardim. Fazia isso com tanto carinho e mantinha o jardim tão lindo que não havia quem não admirasse suas plantas e flores. Certo dia resolveu plantar uma jabuticabeira.
Enquanto fazia o serviço com toda a dedicação, aproximou-se dele um jovem que lhe perguntou:
– Que planta é essa que o senhor está cuidando?
– Acabo de plantar uma jabuticabeira! – respondeu.
– E quanto tempo ela demora para dar fruto? – indagou o jovem.
– Ah! Mais ou menos uns 15 anos – respondeu o velho.
– E o senhor espera viver tanto tempo assim? – questionou o rapaz.
– Não meu filho, provavelmente não comerei de seu fruto.
– Então, qual a vantagem de plantar uma árvore se o senhor não comerá de seu fruto?
O velho, olhando serenamente nos olhos do rapaz, respondeu:
– Nenhuma, meu filho, exceto a vantagem de saber que ninguém comeria jabuticaba se todos pensassem como você.
O rapaz, ouvindo aquilo, despediu-se do velho e saiu pensativo.
Depois de caminhar um pouco, encontrou à sua frente uma árvore e parou para descansar à sua sombra.
De repente olhou para cima e percebeu que se tratava de uma jabuticabeira carregada de frutos maduros. Pôde então saborear deliciosas jabuticabas. Enquanto comia, lembrou-se da sua conversa com o velho e refletiu:
“Estou comendo esta jabuticaba porque alguém há 15 anos atrás plantou esta árvore. Talvez essa pessoa não esteja mais viva, mas seus frutos estão.”
O importante é plantar e saber que um dia alguém será beneficiado.

23º dia da Quaresma... Como lidar com a falta de paciência...


 

Como lidar com a falta de paciência

Tenho a impressão de que as pessoas não sabem mais o que é paciência. Clientes, colegas de trabalho, chefes e subordinados, todos literalmente “perderam a paciência” e não sabem mais onde encontrá-la. Até nossos melhores amigos parecem tê-la perdido em algum lugar. Isso sem falar de nossos familiares. Maridos, esposas, filhos, noras, genros, cunhados, primos, tios, todos vivem numa impaciência sem limites. Onde foi parar a paciência das pessoas?

A paciência é uma virtude que não pode ser confundida com a tolerância excessiva, com a aceitação da falta de qualidade, com o não cumprimento do dever. Uma pessoa paciente não é aquela que aceita tudo. É aquela que tem domínio sobre o seu ser. Tanto é verdade que o contrário da paciência é a ira, a raiva, a falta de controle sobre suas emoções. E os melhores sinônimos da paciência são a serenidade e paz de espírito ou ainda a capacidade de resistência a influências externas e o domínio da própria vontade. Assim, quando digo que as pessoas estão “perdendo a paciência”, quero dizer que elas estão perdendo o controle sobre si mesmas e perdendo o domínio da própria vontade e se deixando levar pela emoção e não pela razão.

Benjamin Franklin afirmava que “quem tem paciência, obtém o que deseja” e Isaac Newton disse: “Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento”.

A paciência é, pois, uma virtude que deve ser cultivada pelas pessoas. Ela pressupõe um exercício constante de empatia – ou seja – de se colocar no lugar das outras pessoas. Requer a humildade para respeitar opiniões alheias mesmo que delas discordando. E para viver com saúde e qualidade nos dias de grande mudança em que vivemos é preciso muita paciência.

Pense nisso. Sucesso!!

22º dia da Quaresma... Esconde-esconde dos sentimentos...


 

Esconde-esconde dos sentimentos

Contam que uma vez, se reuniram todos os sentimentos, qualidades e defeitos dos homens em um lugar da terra.

Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como
sempre tão louca, lhes propôs:

– Vamos brincar de esconde-esconde?

A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou:

Esconde-esconde? Como é isso?

– É um jogo. explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.

O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.

A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar:

A VERDADE preferiu não esconder-se. – “Para que, se no final todos me encontram?” – Pensou.

A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.

Um, dois, três, quatro… – Começou a contar a LOUCURA.

A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.

A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.

A GENEROSIDADE quase não conseguiu esconder-se, pois cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: Se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA.

Se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ.

Se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA.

Se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE.

E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.

O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cômodo, mas apenas para ele.

A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris).

O ESQUECIMENTO, não recordo-me onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante.

Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.998, o AMOR ainda não havia encontrado um lugar para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma rosa e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.

– Um milhão! – terminou de contar a LOUCURA e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra.

Depois, escutou-se a FÉ discutindo com DEUS, no céu, sobre zoologia.

Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.

Em um descuido, encontrou a INVEJA e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.

O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo.

Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.

De tanto caminhar, sentiu sede e ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.

A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.

E assim foi encontrando a todos: O TALENTO entre a erva fresca, a ANGÚSTIA em uma cova escura, a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava mesmo era no fundo do oceano) e até o ESQUECIMENTO, que já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.

Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local.

A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas.

Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.

Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.

A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, rezou, implorou, pediu e até prometeu ser seu guia.

Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra:

O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.

21º dia da Quaresma... Julgamentos precipitados...


 

Julgamentos precipitados

Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco.
Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
Os amigos disseram ao velho:
Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado!

E o velho respondeu:
Calma, não cheguem a tanto.
Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira.
O resto é julgamento de vocês.
As pessoas riram do velho.

Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou.
Ele tinha fugido para a floresta. Na volta, trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele.
As pessoas se reuniram de novo e disseram:
Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça, e sim uma benção.

E o velho disse:
Vocês estão se precipitando de novo.
Quem pode dizer se é uma benção ou não?
Apenas digam que o cavalo está de volta…

O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens.
Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas.

As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar:
E não é que você tinha razão, velho?
Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas.
E o velho disse:

Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein?
Não se adiantem tanto.
Digam apenas que meu filho fraturou as pernas.
Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção…

Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho.
E os que foram para a guerra, morreram…

Quem é obcecado por julgar cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação.
E isso leva a conclusões precipitadas.

Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa.
Quando uma porta se fecha, outra se abre…

Às vezes enxergamos apenas a desgraça, e não vemos a benção que ela nos traz…