segunda-feira, 31 de julho de 2023

Reflexão: Amanheça com o sabor da alegria...

 


Amanheça com o sabor da alegria

Amanheça com o sabor da alegria.
Deslumbre um dia radioso e feliz.

Procure os lugares onde os sons tragam para dentro de você o esplendor de estar vivo.

Tenha nas tuas leituras o encontro perfeito da tua mente e de tua alma.

Não apague tuas derrotas com rancor ou desânimo,
elas proporcionam vitórias verdadeiras,
sem manchas em outros corações.

Dirija-se sempre na cautela de não passar por cima de nada que não te pertença, só assim não pisarás no que é teu de verdade.

Tuas conquistas serão sempre tuas, mas teus dissabores terão outros participantes e com certeza irás responder por isso, caso não tenhas ainda um pouco de bem querer dentro de ti.

domingo, 30 de julho de 2023

A sabedoria do tempo: 6 – Tempo para morrer...

 


A sabedoria do tempo

O homem é o único animal que sabe que nasceu e que um dia vai morrer.
Sabe que começou a viver, sabe também que terá um fim.
Somente os humanos podem organizar suas vidas e planejar o tempo
para viver, amar, crescer, criar, conhecer e morrer.


6 – Tempo para morrer:

Todo ser humano sabe que vai morrer. Somente não sabe quando e de que maneira.
Para aquele que crê, a aproximação da morte exige uma preparação
especial e determinados atos praticados em plena consciência.

Deve e pode encerrar seu curso terrestre com dignidade e serenidade.
Deve ter a oportunidade de escrever com letras de ouro a última pagina do
livro da sua vida. Talvez tenha que pedir perdão aos que magoou com atitudes mesquinhas ou então quem sabe, gostaria de deixar alguma mensagem especial para seus parentes, para seus amigos, para a sociedade.

Sabedor destes princípios, o homem deveria se preparar para a morte bem
cedo, desde os primeiros anos de vida. Seria bom ensinar às crianças e
aos jovens a encarar a realidade da morte com serenidade e inteligência,
Certamente esta pedagogia peculiar ajudaria adotar conduta de vida
diferente. Ajudaria morrer ao orgulho, à vaidade de aparecer e à
ganância do possuir.

Ajudaria assumir um compromisso de partilha, de perdão e de
amor. Principalmente ajudaria escrever toda a história de sua vida
com letras de ouro.
A morte significaria então, a coroação, o desfecho de uma vida de doação.

Tudo isto exige aplicação e seriedade, mas é SABEDORIA DO TEMPO.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

A sabedoria do tempo: 5 – Tempo para conhecer...

 


A sabedoria do tempo

O homem é o único animal que sabe que nasceu e que um dia vai morrer.
Sabe que começou a viver, sabe também que terá um fim.
Somente os humanos podem organizar suas vidas e planejar o tempo
para viver, amar, crescer, criar, conhecer e morrer.


5 – Tempo para conhecer:

Conhecer e não aprender somente. Conhecer uma pessoa é nascer com ela, é
partilhar de igual um novo começo, o que está em voga é o conhecimento
que mergulha no tempo. Existe diferença entre conhecer e aprender é preciso
muito tempo para alguém conhecer-se a si próprio, de igual forma, é
necessário muito tempo para alguém conhecer outra pessoa, mas muito mais
tempo se exige para que o homem conheça seu Deus, seu Criador.

O Criador não se revela na pressa, na correria. Ele é uma realidade que se
experimenta, que se saboreia no diálogo personalizado, na oração constante e silenciosa. Não se recebe e não se experimenta o Criador de uma só vez e para sempre. Ele é novo a cada instante, a cada dia.

Se estamos vazios, perturbados, mal-humorados, agressivos e neuróticos
não encontraremos tempo para desfrutar do seu conhecimento, da sua
sabedoria. Temos que achar tempo para a nossa riqueza contemplativa,
e isto é sabedoria admirável.


quinta-feira, 27 de julho de 2023

A sabedoria do tempo: 4 – Tempo para criar...

 


A sabedoria do tempo

O homem é o único animal que sabe que nasceu e que um dia vai morrer.
Sabe que começou a viver, sabe também que terá um fim.
Somente os humanos podem organizar suas vidas e planejar o tempo
para viver, amar, crescer, criar, conhecer e morrer.


4 – Tempo para criar:

Aquele que não amadurece, não tem imaginação. Não sentiu o seu sangue
circulando nas veias, não sentiu o pulsar do seu coração e não tem
sentimento, como poderá criar? – não amadureceu, não houve a devida
gestação. Disse Pascal “Escrevi um livro grande, porque não tive tempo de escrever um pequeno” O homem em essência é um artista, porquanto o homem só atinge a sua plenitude quando a vida lhes é experimentada, provada, vivida e amadurecida. Isto não se faz da noite para o dia, exige tempo, porque a inspiração vem da sabedoria por excelência.


quarta-feira, 26 de julho de 2023

A sabedoria do tempo: 3 – Tempo para crescer...




A sabedoria do tempo

O homem é o único animal que sabe que nasceu e que um dia vai morrer.
Sabe que começou a viver, sabe também que terá um fim.
Somente os humanos podem organizar suas vidas e planejar o tempo
para viver, amar, crescer, criar, conhecer e morrer.


3 – Tempo para crescer:

O homem só cresce com o tempo. A paciência é uma virtude, e ser
paciente é possuir a chave da alegria. Experimentar ser criança, ser adolescente, ser jovem, ser adulto e idoso, sem querer antecipar as
fases da vida. Não querer ser adulto sem ter saboreado o ser jovem.
Cada idade chegará a seu tempo.

Não se abre uma flor com os dedos, ela tem sem tempo certo para
desabrochar.

Os melhores frutos são aqueles que caem por si mesmos, quando estão
maduros. Da mesma forma o homem, o seu crescimento, a sua maturidade
e o seu caráter, requerem um ritmo, é tudo uma questão de tempo e paciência, e não de técnicas. Levar em conta tudo isto é sabedoria do tempo.


terça-feira, 25 de julho de 2023

A sabedoria do tempo: 2 – Tempo para amar...

 


A sabedoria do tempo

O homem é o único animal que sabe que nasceu e que um dia vai morrer.
Sabe que começou a viver, sabe também que terá um fim.
Somente os humanos podem organizar suas vidas e planejar o tempo
para viver, amar, crescer, criar, conhecer e morrer.


2 – Tempo para amar:

Achar tempo para cativar, para atrair, para contemplar e para amar.

Achar tempo para aproximar-se mais…chegar mais perto. Tudo isto exige tempo, porém, sem o amor desfalece e murcha, Achar tempo para estar juntos nas refeições, nos passeios, nas caminhadas, nas alegrias e nas tristezas, partilhando, rindo chorando e acolhendo.

Amar não consiste em fazer grandes declarações. É principalmente e acima
de tudo, um jeito de estar juntos, um jeito de viver juntos: alegrar-se
juntos e chorar juntos. Amar de verdade, então, requer tempo, muito tempo para você contemplar quem está a seu lado, na sua frente.

Por vezes você julga que algumas pessoas são chatas e até antipáticas, porque você não as contemplou e não lhes deu a oportunidade de revelarem sua riqueza interior.

Deixe que elas se abram e você perceberá que elas são maravilhosas, admiráveis e belas. Tenha em mente que a mesma força criadora que
te deu a vida, é a mesma fonte que deu vida a ela também.
Tudo isto é demorado, mas é sabedoria do tempo.


segunda-feira, 24 de julho de 2023

Reflexão: A sabedoria do tempo: 1 – Tempo para viver...

 


A sabedoria do tempo

O homem é o único animal que sabe que nasceu e que um dia vai morrer.
Sabe que começou a viver, sabe também que terá um fim.
Somente os humanos podem organizar suas vidas e planejar o tempo
para viver, amar, crescer, criar, conhecer e morrer.

1 – Tempo para viver

Viver a vida em toda a sua intensidade. Nunca enterrar o talento da vida.

Quanto mais você vive a vida fazendo o bem, tanto mais você percebe que ela é bela. Parar, descansar e sentir a grandeza da vida. Há pessoas que nunca encontram tempo para viver, sonhar e cantar. Vivem mergulhadas em negócios, trabalhando e trabalhando. Na verdade, se esperam terminar o trabalho para começar a viver, então nunca viverão, porque nunca terminam o trabalho. Apodere-se do tempo, caso contrário ele se apodera de você e o torna frustrado.

Entre os mandamentos dados pelo Criador, existe o mandamento
do descanso, “guardar os domingos e festas de guarda”.
Há certamente muita sabedoria neste preceito divino.


domingo, 23 de julho de 2023

Reflexão: Alpes italianos...

 


Alpes italianos

Nos Alpes italianos havia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de vinho. Uma vez por ano, ocorria uma festa para comemorar o sucesso da colheita. A tradição exigia que, nessa festa, cada morador do vilarejo trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho, para colocar dentro de um grande barril que ficava na praça central. Entretanto, um dos moradores pensou: “Por que deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho? Levarei uma cheia de água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta.”.

Assim pensou e assim fez. No auge dos acontecimentos, como era de costume, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca, para pegar uma porção daquele vinho, cuja fama se estendia além das fronteiras do país. Contudo, ao se abrir a torneira do barril, um silêncio profundo tomou conta da multidão. Do barril saiu apenas água.

Como isso aconteceu? Ocorre que todos pensaram como aquele morador: “A ausência da minha parte não fará falta.” Somos muitas vezes conduzidos a pensar: “Tantas pessoas existem no mundo que, se não fizer minha parte, não terá importância.” O que aconteceria com o mundo se todos pensassem assim?

sábado, 22 de julho de 2023

Reflexão: Poucas palavras...

 


Poucas palavras

Há algumas coisas que são lindas demais para serem descritas por palavras. É necessário admirá-las em silêncio para apreciá-las em toda a sua plenitude.
As grandes falas servem, frequentemente, para confundir ou doutrinar. Às vezes, o silêncio é mais esclarecedor que um fluxo de palavras. Olhe para uma mãe diante do seu filho no berço. Ele consegue muito bem tudo o que quer sem dizer nenhuma palavra.

Na realidade, as palavras devem ser a embalagem dos pensamentos. Não adianta fazer longos discursos para expressar os sentimentos de seu coração. Um olhar diz muito mais que um jorro de palavras. 

Creio que, em sua grande sabedoria, a natureza nos deu apenas uma língua e dois ouvidos para escutarmos mais e falarmos menos. Se as palavras não são mais bonitas do que o silêncio, então é preferível não dizer nada. Quanto mais o coração é grande e generoso menos úteis são as palavras. É necessário lembrar do provérbio dos filósofos: as verdadeiras palavras não são sempre bonitas e as palavras bonitas nem sempre são verdades.
As grandes mentes fazem com que, em poucas palavras, muitas coisas sejam ouvidas. As mentes pequenas acham que têm, pelo contrário, a concessão para falar e não dizer nada. Poucas palavras são necessárias para expressar “eu gosto de você.” Portanto, todas as outras que poderiam ser ditas são supérfluas… e não são palavras curtas e fáceis de serem ditas. São aquelas que causam as maiores consequências.

São necessários apenas dois anos para que o ser humano aprenda a falar e toda uma vida para que ele aprenda a ficar em silêncio. Ser comedido com as palavras é uma prova de profunda sabedoria. Saber ouvir também.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Reflexão: O Sonho...

  


  O Sonho

  Sonhe com aquilo que você quer ser,

porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.

Clarice Lispector

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Reflexão: Ser amigo é...

    



   Ser amigo é sentir o coração do outro bater mesmo que o outro esteja distante.

Ser amigo é ter um par, um parceiro, um confidente, um ombro onde se possa chorar.

Ser amigo é esquecer distâncias, é saber que mesmo a milhares de quilômetros há alguém pensando em você.

Ser amigo é incutir no outro a esperança, é relevar o erro, é apontar o caminho certo, é aliviar a dor.

Ser amigo é um ofício difícil, pois ninguém é perfeito. Mas a amizade pressupõe amor.

Para ser amigo, é preciso amar.

E o amor é algo tão difuso, indefinido, abstrato, que torna difícil definir o que é a verdadeira amizade.

O fato essencial é que a amizade demanda amor.

O fato essencial é que a amizade demanda carinho e dedicação.

O fato essencial é que a amizade demanda lembrança, mesmo que os contatos pessoais ou telefônicos não sejam frequentes.

A amizade é um mistério. Profundo e doce mistério.

Ser amigo é talhar a madeira, buscando uma escultura, sem querer machucar a planta, mas apenas transformá-la em algo mais belo.

Ser amigo é ser pai, irmão, namorado.

É oferecer carinho e não raiva.

É saber absorver a dor do outro.

Ser amigo é ser fraterno.

Ser amigo é ter a consciência do desprendimento, da dedicação total.

Ser amigo é saber que o outro é mais importante do que você, e que, por isso, você deve usar todas as suas forças para que ele permaneça vivo, saudável e feliz.

Ser amigo é tentar fazer com que o outro absorva as coisas boas que você tem para transmitir.

É tentar evitar que ele se desvie para o caminho do mal, ou que opte por alternativas ruins, que lhe impliquem complicações e horrores diversos.

Ser amigo é poder abraçar e beijar, sem a menor vergonha. É poder dar a mão. É poder dar um abraço, no meio da rua.

Ser amigo é uma bênção.

Ser amigo é ser solidário.

É ser pai, filho, e ter um espírito santo.

Ser amigo, é, simplesmente, ser amigo, e esse “simplesmente” é tão bom, que eu acho que não preciso escrever mais nada. Desta forma, saiba que sou seu verdadeiro amigo, me aceite assim.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Reflexão: Não tenha vergonha de dizer eu te amo...

 


Não tenha vergonha de dizer eu te amo

Quando Júlio o menino mais novo disse ao irmão Ricardo:

“Meu querido irmão, eu te amo muito e nunca quero me separar de você!”

Ricardo sem dar muita importância ao que Júlio disse, pergunta:

“O que deu em você moleque? Que conversa besta é essa de amar? Quer calar a boca e continuar jogando?” E os dois continuaram jogando a tarde inteira até anoitecer.

À noite o senhor Jacó, pai dos garotos chegou do trabalho, estava exausto e muito mal humorado, pois não havia conseguido fechar um negócio importante.

Ao entrar, Jacó olhou para Júlio que sorriu para o pai e disse:

“Olá papai, eu te amo muito e não quero nunca me separar do senhor!”

Jacó no auge de seu mau humor e stress disse:

” Júlio, estou exausto e nervoso, então por favor não me venha com besteiras!” Com as palavras ásperas do pai, Júlio ficou magoado e foi chorar no cantinho do quarto.

Dona Joana, mãe dos garotos sentindo a falta do filho foi procurá-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho do quarto com os olhinhos cheios de lágrimas.

Dona Joana espantada começou a enxugar as lágrimas do filho e perguntou:

“O que foi Júlio, porque choras?”

Júlio olhou para a mãe, com uma expressão triste e lhe disse:

“Mamãe, eu te amo muito e não quero nunca me separar da senhora!”

Dona Joana sorriu para o filho e lhe disse:

“Meu amado filho, ficaremos sempre juntos!” Júlio sorriu, deu um beijo na mãe e foi se deitar.

No quarto do casal, ambos se preparando para deitar, Dona Joana pergunta para seu marido Jacó:

“Jacó, o Júlio está muito estranho hoje, não acha?”

Jacó muito estressado com o trabalho disse a esposa:

“Esse moleque só está querendo chamar a atenção… Deita e dorme mulher!” Então todos se recolheram e todos dormiam sossegados.

Às 2 horas da manhã, Júlio se levanta vai ao quarto de seu irmão Ricardo e fica observando o irmão dormir… Ricardo incomodado com a claridade acorda e grita com Júlio:

“Seu louco, apaga essa luz e me deixa dormir!” Júlio em silêncio obedeceu ao irmão, apagou a luz e se dirigiu ao quarto dos pais…

Chegando ao quarto de seus pais acendeu a luz e ficou observando seu pai e sua mãe dormir. O senhor Jacó acordou e perguntou ao filho:

“O que aconteceu Júlio?” Júlio em silencio só balançou a cabeça em sinal negativo, respondendo ao pai que nada havia ocorrido. Daí o senhor Jacó irritado perguntou ao Júlio:

“Então o que foi moleque?” Júlio continuou em silêncio.

Jacó já muito irritado berrou com Júlio:

“Então vai dormir seu doente!” Júlio apagou a luz do quarto se dirigiu ao seu quarto e se deitou.

Na manhã seguinte todos se levantaram cedo, o senhor Jacó iria trabalhar, a dona Joana levaria as crianças para a escola e Ricardo e Júlio iriam à escola… Mas Júlio não se levantou.

Então o senhor Jacó, que já estava muito irritado com Júlio, entra bufando no quarto do garoto e grita: “Levanta seu moleque vagabundo!” Júlio nem se mexeu.

Então Jacó avança sobre o garoto e puxa com força o cobertor do menino com o braço direito levantado pronto para lhe dar um tapa quando percebe que Júlio estava com os olhos fechados e que estava pálido.

Jacó assustado colocou a mão sobre o rosto de Júlio e pôde notar que seu filho estava gelado.

Desesperado Jacó gritou chamando a esposa e o filho Ricardo para ver o que havia acontecido com Júlio… Infelizmente o pior.

Júlio estava morto e sem qualquer motivo aparente. Dona Joana desesperada abraçou o filho morto e não conseguia nem respirar de tanto chorar.

Ricardo desconsolado segurou firme a mão do irmão e só tinha forças para chorar também. Jacó em desespero soluçando e com os olhos cheios de lágrimas, percebeu que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos de Júlio.

Jacó então pegou o pequeno pedaço de papel e havia algo escrito com a letra de Júlio:

“Outra noite Deus veio falar comigo através de um sonho, disse a mim que apesar de amar minha família e dela me amar, teríamos que nos separar. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer, mas estou com muito medo. Gostaria que ficasse claro apenas uma coisa: Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão. Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo. Papai, o senhor de tanto trabalhar se esqueceu de viver. Eu amo todos vocês!”

Quantas vezes não temos tempo para parar e amar, e receber o amor que nos é oferecido? Talvez quando acordarmos possa ser tarde demais… Mas, ainda há tempo!

terça-feira, 18 de julho de 2023

Reflexão: É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou...

 


É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou

É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou. Perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido. Desistir de todos os esforços porque um deles fracassou.

É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu. Descrer de todo amor porque um deles te foi infiel.

É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo.

Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma nova amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço…

domingo, 16 de julho de 2023

Reflexão: Vá aos encontros felizes...




 Vá aos encontros felizes

Recentemente participei da formatura de uma prima, numa quarta-feira, distante 300km da minha casa. Peguei o carro e fui. Sozinha, eu e minhas músicas. Encontrei primos que não via há anos, abracei a tia que aos 96 ainda sabe quem eu sou, comemorei, sorri e chorei (de alegria). Me esforcei para estar presente. E como valeu a pena!

“Vá aos encontros felizes”, eu sempre penso. Pode ser complicado, difícil, caro. Pode ser uma viagem longa (ou até pode ser ali do lado mas bate aquela vontade de sofá). “Vá!” Tem festa de 80 anos da tia? “Vá!” Aniversário do filho dos amigos? “Vá!” Encontro de 20 anos da sua formatura? “Vá!” Amigo secreto das amigas de infância, casamento do primo, show da sua banda preferida? “Vá!” Pega o carro, o ônibus, o avião… pega carona! Fica no hotel, na tia, agora tem airbnb! Parcela a passagem, combina com a sócia uns dias de folga, dá um jeito! Sabe porque? Porque nos encontros tristes você irá. Quando alguém morre todos vão. Por protocolo, por obrigação ou por amor (e dor). As pessoas vão, se esforçam. Pedem folga no trabalho, deixam as crianças com a avó, levam as crianças, cancelam a reunião, transferem as entregas. E todos se reúnem e se abraçam e choram juntos. E é bonito isso. E é bom que seja assim. Mas é bom que seja assim também, e, principalmente, nos momentos felizes. É bom estar junto nas comemorações, nas conquistas, nas festas que brindam a vida! Dando risada com os amigos, relembrando as histórias de família, deixando-se levar pela alegria despretensiosa dos momentos bons. Penso que assim vamos juntando as peças na melhor coleção que a vida tem a oferecer: a dos encontros felizes!

Vamos?

Mônica Moro Harger










Reflexão: Um homem morreu intempestivamente...

 


Um homem morreu intempestivamente

Ao dar-se conta, viu que se aproximava um ser muito especial que não se parecia com nenhum ser humano. Levava uma mala consigo… E disse-lhe:

– Bem, amigo, é hora de irmos… Sou a morte…

O homem, assombrado, perguntou à morte…

– Já?… tinha tantos planos para breve…

– Sinto muito, amigo… Mas é o momento da tua partida.

– Que trazes nessa mala?

E a morte respondeu-lhe:

– Os teus pertences.

– Os meus pertences? São as minhas coisas, as minhas roupas, o meu dinheiro?

– Não, amigo, as coisas materiais que tinhas, nunca te pertenceram… Eram da terra.

– Trazes as minhas recordações?

– Não, amigo, essas já não vêm contigo. Nunca te pertenceram, eram do tempo…

– Trazes os meus talentos?

– Não amigo, esses nunca te pertenceram… Eram das circunstâncias.

– Trazes os meus amigos, os meus familiares?

– Não, amigo, eles nunca te pertenceram, eram do caminho.

– Trazes a minha mulher e os meus filhos?

– Não, amigo, eles nunca te pertenceram. Eram do coração.

– Trazes o meu corpo?

– Não, amigo… Esse nunca te pertenceu, é propriedade da terra.

– Então, trazes a minha alma?

– Não, amigo, ela nunca te pertenceu… era do Universo.

Então o homem, cheio de medo, arrebatou à morte a mala e abriu-a… E deu-se conta que estava vazia…

Com uma lágrima de desamparo a brotar dos seus olhos, o homem disse à morte:

– Nunca tive nada?

– Tiveste, sim… meu amigo… Cada um dos momentos que viveste foram só teus…

A vida é um momento… Um momento todo teu.

Desfruta-o na sua totalidade…

Vive o AGORA, Vive a TUA VIDA,

E não te esqueças de SER FELIZ.

sábado, 15 de julho de 2023

Reflexão: Violão...

 


Violão

Não, Marquito não sentia inveja dos meninos que tinham violões de verdade porque ele vivia sonhando que tinha um também. Ele fazia vibrar suas cordas invisíveis, com o rosto iluminado e os olhinhos brilhando de emoção. Havia quem achasse que Marquito era meio lelé-da-cuca.

Claro, era gente que não tinha imaginação suficiente para saber que “aquele” violão só podia ser visto (e ouvido) por outros sonhadores, como Marquito. Essas pessoas ignoravam também que ele não se conformava com a realidade que havia, vivendo a sonhar com a realidade que devia haver. Tendo seu violão imaginário como bandeira, Marquito via um mundo novo.

Um mundo em que as coisas são das pessoas que as entendem. E não só das pessoas que podem comprá-las. Ah, quanta gente tem um violão na sala de visitas servindo de enfeite, sem tocá-lo nunca! E lá ia Marquito dedilhando seu violão de sonho, tirando as músicas lindas que seu coração compunha.
Depois, limpava-o cuidadosamente com uma flanela bem macia feita de nuvens. Ele o guardava com carinho numa capa cor de céu todo estrelado. Daí, ele pegava seu violão mais que exclusivo e o escondia debaixo da escada secreta que usava para subir ao seu paraíso particular.

As pessoas que não entendiam Marquito, tadinha delas, até pensavam em levá-lo a um psicólogo para saber se ele tinha alguma coisa. Como resposta, ouviam: “Não, ele não tem uma coisa, mas sonha com ela, e assim, faz de conta que a tem”. Um dia, os que só sonhavam quando dormiam resolveram dar um violão de verdade para o menino que sonhava acordado. Ao recebê-lo, Marquito abraçou-se ao violão, comovido, e disse: “Obrigado. Agora tenho dois”.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Reflexão: Pássaro ou árvore...

 


Pássaro ou árvore

Há momentos na vida em que somos pássaros.
Queremos voar, mas nossas asas são curtas e não nos permitem chegar além do horizonte.
O que podemos está sempre aquém do que desejamos.

Há momentos na vida em que temos longas asas. Podemos alçar extensos voos, mas nossos limites são determinados pelo peso das bagagens que a vida nos dá.
São malas que atendem por diversos nomes: Bom senso, juízo, medo.
Há os que se livram de seu peso e conseguem voar muito alto.
Alguns atingem destinos fantásticos. muitos conhecem o sabor do desastre.

Mas há momentos na vida em que deixamos de voar. É quando nos tornamos árvores, quando nos percebemos enraizados a terra, presos no espaço e no tempo.
Não nos damos conta desta mudança, que nos tira as asas e nos empresta galhos e ramos. Apenas descobrimos que somos assim.
Mas quando deixamos de procurar a luz, ou desistimos de cavar em busca de energia, paramos de crescer. Mas não há árvores assim.
As árvores perseguem seu destino, que é crescer e se alimentar.
Assim como há pássaros que só buscam voar.

Saber o momento do voo ou o instante de se enraizar é a grande sabedoria humana.
Saber viver intensamente o momento de polinizar as flores, ou o momento de deixar ao vento e a chuva que espalhem nossas boas sementes, eis o destino da vida.

Se você é pássaro, voe, voe em busca de seu sonho.
Se você se descobriu árvore, cresça, cresça o mais alto que puder e deixe a terra cuidar de suas boas sementes.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Reflexão: História de amor...

 


História de amor

Meu cunhado abriu a última gaveta da cômoda e retirou um pacote embrulhado com papel de seda.
– “Isto”, ele disse, “não é combinação. Isto é uma lingerie”.

Ele desembrulhou e entregou-me a peça. Era linda, de seda, feita à mão e bordada com rendas. A etiqueta de preço com um desenho enorme ainda estava afixada na peça.

Disse ainda:
– “Jan comprou-a na primeira vez que estivemos em New York, há uns 8 ou 9 anos atrás. Ela nunca usou. Ela estava guardando-a para uma ocasião especial. Bem, acho que agora é a ocasião”.

Ele pegou a peça das minhas mãos e colocou-a na cama junto com as outras roupas que separamos para levar à funerária. Ele acariciou a peça por um momento, bateu a gaveta, virou-se para mim e disse:

– Nunca guarde nada para uma ocasião especial. Todo dia é uma ocasião especial.

Fiquei relembrando aquelas palavras durante o funeral e os dias que se seguiram, quando os ajudei, ele e a minha sobrinha, a superar a tristeza que segue uma morte inesperada. Fiquei pensando neles durante o vôo de volta para a Califórnia. Pensei em todas as coisas que a minha irmã não pode ver, ouvir ou fazer. Pensei nas coisas que ela fez sem perceber como elas foram especiais. Ainda continuo pensando nas palavras dele, elas mudaram a minha vida.

Estou lendo mais e espanando menos. Fico sentada na cadeira admirando a vista do jardim sem a neura de ficar arrancando as ervas daninhas. Estou gastando mais tempo com a minha família e amigos e menos tempo em reuniões de comitês. Sempre que possível, a vida deveria ser uma experiência a ser saboreada, e não uma prova.

Estou tentando reconhecer esses momentos e usufruí-los. Não estou “guardando” nada. usamos todas as nossas porcelanas chinesas e os cristais para todos os eventos especiais como perder alguns quilos, consertar um vazamento da pia, para a primeira florada das camélias. Visto o meu “blazer” preferido para ir ao mercado quando sinto vontade.

Minha teoria é: se sinto que está sobrando dinheiro, gasto
$ 28,49 em um pequeno pacote de guloseimas sem pestanejar. Não estou guardando o meu melhor perfume para festas especiais. os caixas em lojas e atendentes em bancos tem narizes que funcionam tão bem quanto os dos meus amigos de festas.

“Algum dia” e “um dia desses” estão perdendo a importância no meu vocabulário. Se for útil ver, ouvir e fazer, quero ver, ouvir e fazer agora. Não sei o que a minha irmã teria feito se soubesse que estaria aqui para o amanhã a que a todos nós foi permitido. Acho que ela teria ligado para todos da família e alguns amigos íntimos.

Poderia ter ligado para antigos amigos para se desculpar e reparar brigas do passado sem importância. Penso que ela teria ido jantar em um restaurante chinês, sua comida preferida. Estou supondo…nunca saberei…

São essas pequenas coisas deixadas sem fazer que me deixariam brava se soubesse que meu tempo seria limitado. Brava por ter, algum dia, cancelado encontros com bons amigos. Brava por não ter escrito cartas que pretendia ter escrito. Brava e arrependida por não ter dito mais frequentemente ao meu marido e à minha filha o quanto eu realmente os amo.

Estou tentando muito não adiar, impedir ou guardar alguma coisa que proporcione alegria e brilho às nossas vidas. E toda manhã, quando abro os olhos, digo a mim mesma que isso é especial. Todo dia, todo minuto, todo suspiro é realmente… um presente de Deus.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Reflexão: Nascer de novo...

 


Nascer de novo

Num artigo muito interessante, Paulo Angelim que é arquiteto, pós-graduado em Marketing dizia mais ou menos o seguinte:

Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida e isso é um erro.

Existem outros tipos de morte e nós precisamos morrer todo dia.

A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação.

Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, isso é óbvio!

A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro.

Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.

Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.

Quer ter um bom relacionamento, então mate dentro de você o jovem inseguro ou ciumento, os amores mal resolvidos, ou o solteiro solto que pensa poder fazer planos sozinhos, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.

Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso “eu” passado, inferior.

E, qual o risco de não agirmos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo nossa produtividade e, por fim, prejudicando nosso sucesso.

Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam.

Acabam se transformando em projetos acabados, híbridos, adultos “infantilizados”.

Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que não matemos virtudes de criança que também são necessárias a nós, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade etc.

Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar pensamentos infantis, para passarmos a pensar como adultos. Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, parceiro ou parceira, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e mais evoluído?

Então, o que você precisa matar em si ainda hoje para que nasça o ser que você tanto deseja ser?

Pense nisso e morra!

Mas, não esqueça de nascer melhor.

terça-feira, 11 de julho de 2023

Reflexão: O que é o destino?

 


O que é o destino?

O que é o destino?
Uma vontade,
Uma ordem,
Um sonho…
Destino é algo sem escolha?
Não sabemos o que é, não sentimos sua presença.
Destino é o nome de uma história que precisamos ler até o último capítulo, para entendê-la.
Destino é uma imaginação do futuro, uma criação da vida.
Nos escolhemos nosso destino…
Se permitirmos viver um destino sem querer, estaremos nos rendendo as armadilhas do mundo fazendo parte de uma história que não nos traz felicidade.
Destino é a nossa coragem de lutar por um ideal. coragem de ser feliz.
Nós escolhemos se queremos viver o calor de uma linda tarde, ou o frio de uma tempestade na madrugada…
Destino simplesmente é a nossa busca pela verdadeira Felicidade.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Reflexão: É tempo de mudar...

 


É tempo de mudar

Perguntaram para Deus…
O que mais te intriga nos seus humanos?
Deus respondeu:
Eles fartam-se de ser criança e tem pressa de crescer, depois suspiram por voltar a ser criança.
Primeiro perdem a saúde para ter dinheiro e logo em seguida perdem o dinheiro para ter saúde.
Pensam tão ansiosos no futuro que descuidam do presente e assim, não vivem o presente e nem o futuro…
Vivem como se fosse morrer e morrem como se não tivessem vivido…
Reflita sobre isso, pois você ainda tem tempo para acertar sua vida, todos os dias quando você
acordar receba o mais belo de todos os presentes…
A dádiva da vida…
Deus lhe deu e você à administra, faça com que realmente valha a pena…

sábado, 8 de julho de 2023

Reflexão: Colcha de retalhos...

 




Colcha de retalhos

Dos meus problemas, fiz um acolchoado de retalhos, pedaços de dificuldades que me fazem lembrar, da minha capacidade de superar momentos difíceis, e vejo pedaços que me lembram fatos, onde eu tinha certeza que não iria resistir, onde eu queria mesmo era morrer, sumir…

Amores perdidos que me fizeram sofrer, mortes inesperadas que me deixaram vazio, promessas que não aconteceram, doenças, discussões tolas, brigas e desavenças, sonhos que viraram pesadelos…

Um acolchoado triste, pesado, mas cheio de lições importantes, cheio das minhas impressões, do que eu era e do que me transformei, por isso essa força tamanha, que carrego comigo por onde for, e se encontro alguém sofrendo pela estrada, tiro da minha colcha um retalhinho, um pouco da minha experiência com a dor, e mostro carinhosamente o caminho, onde há flores, espinhos e amor.

Peço para a pessoa olhar lá na frente, além do problema e da dificuldade, depois, olhar para dentro de si mesmo, e encontrar a solução para tudo, pois, a dor vem dos outros, a decepção também, mas a solução está onde sempre deve estar, dentro de você, criatura divina, feita para brilhar.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Reflexão: Para que gritar...

 




Para que gritar?

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

“Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?”
“Gritamos porque perdemos a calma”, disse um deles.

“Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?”, questionou novamente o pensador.

“Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça”, retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar :

“Então não é possível falar-lhe em voz baixa?”

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu :

“Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?”

O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.

Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê?

Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.

Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

“Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta”.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Reflexão: Para os pais...

 


Para os pais

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos. É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados. Crescem sem pedir licença à vida. Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente.

Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do Maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil.

E você está agora ali, na porta da BALADA, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça! Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes sobre patins e cabelos longos, soltos.

Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros. Ali estamos, com os cabelos esbranquiçados. Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.

E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros. Principalmente com os erros que esperamos que não repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios filhos.

Não mais os pegaremos nas portas das baladas e das festas. Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.

Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e cd's ensurdecedores.

Não os levamos suficientemente ao Hopi Hari, ao Shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado. Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos.

Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim. Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.

Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas “pestes”. Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar) para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.

Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.

Aprendemos a ser filhos depois que somos pais. Só aprendemos a ser pais depois que somos avós…