quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

A boneca... 16º dia da Quaresma...

 


A boneca

Ouvi uma história muito bonitinha outro dia, a respeito de uma menina que sonhou ganhar uma boneca nova no Natal.

Ela “namorou” a boneca muitas vezes na vitrine da loja e fez questão de mencionar seu desejo em frente de toda família pra ver se alguém se comovia. O Natal chegou e, para sua surpresa, a boneca veio muito bem embrulhada num pacote cheio de laços vermelhos e dourados.
– Obrigada vovó, você é mesmo demais.

A festa foi se desenrolando, as horas passando até que a garotinha começou a ficar sonolenta. Ela juntou ao seu redor todos os presentes que havia ganhado, mas não conseguia se acomodar. Foi então que ela desapareceu da sala. A vovó saiu a sua procura e a encontrou em seu quarto, agarrada a sua velha bonequinha, com feições desmaiadas, pouco cabelo e sem um braço.

– Parece-me que você não gostou tanto assim de sua nova boneca! Veio dormir com sua boneca velha., perguntou a vovó da menina.

– Vovó, eu adorei a boneca nova, mas sabe, ela é tão linda que qualquer pessoa pode amá-la, esta aqui não tem ninguém para amá-la, senão eu., respondeu a menina.

Achei que esta história poderia nos ensinar alguma coisa sobre aceitação das limitações e dos defeitos – feiuras – dos outros. Um amigo me deu um quadrinho que diz: “Amigo é alguém que sabe tudo sobre você e ainda gosta de você.” É tão fácil amar o amável, o belo, o bondoso.

Quando você tiver dificuldade de aceitar e amar alguém lembre-se que Deus o aceita como você é e o ama “apesar de você”.

Há alguém no seu dia-a-dia difícil de engolir? Pois decida a amá-lo. Amar é muito mais uma decisão do que uma emoção. Decida primeiro que a emoção virá depois.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

A carta que salvou uma vida... 15º dia da Quaresma...

 


A carta que salvou uma vida

Uma carta escrita em um momento de desespero assinalaria o final de uma existência. Entre prantos e lágrimas, eram narradas todas as dificuldades de uma jornada marcada por desilusões e infelicidades.

Finalmente acabaria com essa trajetória trágica, não mais haveria dor. Ficariam para trás todos aqueles que foram os seus algozes. Sim, não haveria outra saída para uma existência marcada por tanto sofrimento.

Contudo havia um problema, para quem escreveria aquela carta? Em meio a tanta dor, não se lembrava de um amigo. Aliás, se o tivesse, não precisaria recorrer a esse último recurso. Isto fortalecia sua decisão, não havia motivo para continuar, queria o descanso eterno.

Porém, o problema continuava: quem receberia sua carta? De repente, em meio ao seu desequilíbrio, teve uma ideia: colocaria no correio enviando para sua própria pessoa, e quando chegasse executaria a ação derradeira.

Saindo para o correio percebeu que o céu estava com um lindo azul e que algumas aves voavam apesar da poluição da cidade, não encontrando uma árvore sequer para os seus ninhos. Algumas flores, mesmo estando em terreno árido, insistiam em apresentar as suas cores.

Suas observações foram interrompidas por uma colisão. Batendo em uma pessoa que vinha em direção oposta derrubou a carta, a qual se misturou com tantas outras cartas que a pessoa trazia.

Pegou a carta e resmungando, “Nem para morrer se tem paz”. Decidiu, então, não prosseguir para o correio, voltaria para casa e deixaria a carta exposta, testemunha de sua dor para quem a encontrasse.

Ao chegar em casa percebeu que aquela não era a sua carta. na colisão pegou a errada.

E agora, quais serão as suas últimas palavras?

Parou para ler a carta trocada e se espantou com o que encontrou.

A carta dizia:

“Meu Deus, como posso lhe agradecer a presença amorosa em todos esses anos de vida? É verdade que foram anos difíceis, mas nunca me abandonastes, mesmo nos momentos de dor e solidão sempre encontrei Sua presença, aliviando o meu fardo.
Hoje me arrependo por um dia ter pensado em pôr fim a minha vida, atentando contra Sua Lei esquecendo-me que a morte não existe.
Agora compreendo a necessidade de experiências difíceis para o meu crescimento. Por isso gostaria de fazer algo de bom. Pensei em escrever várias cartas pela cidade transmitindo o seu amor. Confio que me guiarás para chegar às pessoas que necessitam.

Estou feliz, não porque as dores acabaram, mas porque encontrei a Tua companhia e com ela vencerei todos os obstáculos. Irmão que recebeste esta carta confie, ore e prossiga. Não existem males intermináveis e nem dores infinitas. a cada porta que se fecha novas luzes entram por outras janelas que se abrem.
Confie, Deus guiará o seu caminho, lhe retirando as estradas das trevas para o caminho da luz. Lembre-se que nenhuma ovelha se perderá”.

Ao terminar a leitura chorou de arrependimento e conversou com o Pai de Infinita Misericórdia. Novas energias chegaram ao seu coração, que se acalentou. Então, percebeu que há muitos dias não abria as suas janelas, havia se fechado para a vida.

Correu e abriu as janelas, deixando a luz entrar e retomou a vida, agradecendo a Deus por ela e por aquela carta que lhe trouxera nova direção.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Sua natureza... 14º dia da Quaresma...

 


Sua natureza

Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tira-lo da água, mas quando o fez o escorpião o picou.
Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando de novo.
O mestre tentou tirá-lo novamente e novamente o animal o picou.
Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:
– Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas às vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?
O mestre respondeu:
– A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.
Então, com a ajuda de uma folha o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida.
Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal. apenas tome precauções.
Alguns perseguem a felicidade, outros a criam.
Quando a vida te apresentar mil razões para chorar, mostre-lhe que tens mil e uma razões pelas quais sorrir.
“Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.”

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Um gesto de amor... 13º dia da Quaresma...

 


Um gesto de amor

Um garoto pobre, com cerca de doze anos de idade, vestido e calçado de forma humilde, entra na loja, escolhe um sabonete comum e pede ao proprietário que embrulhe para presente.

– “É pra minha mãe”, diz com orgulho.

O dono da loja ficou comovido diante da singeleza daquele presente. Olhou com piedade para o seu freguês e, sentindo uma grande compaixão, teve vontade de ajudá-lo.

Pensou que poderia embrulhar, junto com o sabonete comum, algum artigo mais significativo. Entretanto, ficou indeciso: ora olhava para o garoto, ora para os artigos que tinha em sua loja.

Devia ou não fazer? O coração dizia sim, a mente dizia não. O garoto, notando a indecisão do homem, pensou que ele estivesse duvidando de sua capacidade de pagar.

Colocou a mão no bolso, retirou as moedinhas que dispunha e as colocou sobre o balcão.

O homem ficou ainda mais comovido quando viu as moedas, de valor tão insignificante. Continuava seu conflito mental. Em sua intimidade concluíra que, se o garoto pudesse, ele compraria algo bem melhor para sua mãe.

Lembrou de sua própria mãe. Fora pobre e muitas vezes, em sua infância e adolescência, também desejara presentear sua mãe. Quando conseguiu emprego, ela já havia partido. O garoto, com aquele gesto, estava mexendo nas profundezas dos seus sentimentos.

Do outro lado do balcão, o menino começou a ficar ansioso. Alguma coisa parecia estar errada. Por que o homem não embrulhava logo o sabonete? Ele já escolhera, pedira para embrulhar e até tinha mostrado as moedas para o pagamento. Por que a demora? Qual o problema?

No campo da emoção, dois sentimentos se entreolhavam: a compaixão do lado do homem, a desconfiança por parte do garoto.

Impaciente, ele perguntou:

– “Moço, está faltando alguma coisa?”
– “Não”, respondeu o proprietário da loja. “É que de repente me lembrei de minha mãe. Ela morreu quando eu ainda era muito jovem. Sempre quis dar um presente para ela, mas, desempregado, nunca consegui comprar nada”.

Na espontaneidade de seus doze anos, perguntou o menino: – “Nem um sabonete?”

O homem se calou. Refletiu um pouco e desistiu da ideia de melhorar o presente do garoto. Embrulhou o sabonete com o melhor papel que tinha na loja, colocou uma fita e despachou o freguês sem responder mais nada.

A sós, pôs-se a pensar. Como é que nunca pensara em dar algo pequeno e simples para sua mãe? Sempre entendera que presente tinha que ser alguma coisa significativa, tanto assim que, minutos antes, sentira piedade da singela compra e pensara em melhorar o presente adquirido.

Comovido, entendeu que naquele dia tinha recebido uma grande lição. Junto com o sabonete do menino, seguia algo muito mais importante e grandioso, o melhor de todos os presentes: o gesto de amor!

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Sinto Frio... 12º dia da Quaresma...

 


Sinto Frio

Sinto o frio gélido da noite
Nada me aquece, sinto frio
O vento que sopra é como açoite
Meu corpo treme em calafrios

Passas por mim e me ignoras
Com teu agasalho de algodão
Será que não percebes agora
Que eu só queria tua compaixão?

Caminhas a passos tão rápidos
Ao teu lado uma criança como eu
Nem vês nos meus olhos molhados
As lágrimas de um silencioso adeus

Sinto frio, vem logo me aquecer
Sou órfão de mãe e órfão da vida
Queria ao menos poder esquecer
Que é chegada à hora da partida

Sinto frio também em minha alma
Estou sozinho sem abrigo e carinho
Meu frágil corpo busca a calma
Como uma ave busca seu ninho

Sinto frio bem dentro do meu coração
Sou mais um dos excluídos da vida
Segura ao menos de leve a minha mão
Para que eu possa sorrir na despedida

Sinto frio, não desapareça agora não
Quero somente um pouco de atenção
Se não puder segurar a minha mão
Lance-me apenas um olhar de compaixão

Sinto frio, que pena já não estais aqui
Como muitos, tu desapareceste na rua
Sem perceber que naquele banco ali
Havia uma criança que poderia ser tua

Ao findar da noite tudo se encerra
A neblina me cobre com seu véu
Já não sinto mais o frio desta terra
Pois Jesus já me aquece aqui no céu

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Morte na empresa... 11º dia da Quaresma...

 


Morte na empresa

Uma empresa estava em situação muito difícil. As vendas iam mal, os trabalhadores estavam desmotivados, os balanços não saíam do vermelho. Era preciso fazer algo para reverter o caos, mas ninguém queria assumir nada. Pelo contrário, o pessoal apenas reclamava de que as coisas andavam ruins e que não havia perspectivas de progresso na empresa. Eles achavam que alguém deveria tomar a iniciativa de reverter aquele processo.
Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram, na portaria, um cartaz enorme, no qual estava escrito: Faleceu, ontem, a pessoa que impedia seu crescimento e o da empresa. Está convidado para o velório na quadra de esportes.
No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas, depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava bloqueando o crescimento da empresa. A agitação na quadra de esporte era tão grande que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam aproximando-se do caixão, a excitação aumentava:
— Quem será que estava atrapalhando meu progresso? Ainda bem que esse infeliz morreu!
Um a um, os funcionários, agitados, aproximavam-se do caixão, olhavam o defunto e engoliam um seco. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e saíam cabisbaixos.
Pois bem! Ocorre que, no visor do caixão, havia um espelho.
Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: você mesmo! É muito fácil culpar os outros pelos problemas, mas já parou para pensar se você mesmo poderia ter feito algo para mudar a situação? É o único responsável por sua vida. Ela lhe foi entregue por Deus e terá de prestar contas do que fez com ela no final da sua existência. Aliás, o que está fazendo com sua vida?

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A história da lagarta... 10º dia da Quaresma...

 


A história da lagarta

Imagine uma lagarta. Passa grande parte de sua vida no chão,
olhando os pássaros, indignada com seu destino e com sua forma.
“Sou a mais desprezível das criaturas”, pensa.
“Feia, repulsiva, condenada a rastejar pela terra.”
Um dia, entretanto, a Natureza pede que faça um casulo.
A lagarta se assusta – jamais fizera um casulo antes.
Pensa que está construindo seu túmulo, e prepara-se para morrer.
Embora indignada com a vida que levou até então,
reclama novamente com Deus.
“Quando finalmente me acostumei,
o Senhor me tira o pouco que tenho.”
Desesperada, tranca-se no casulo e aguarda o fim.
Alguns dias depois, vê-se transformada numa linda borboleta.
Pode passear pelos céus, e ser admirada pelos homens.
Surpreende-se com o sentido da vida e com os desígnios de Deus.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Quebra-cabeça da nossa vida... 9º dia da Quaresma...

 


Quebra-cabeça da nossa vida

Não passam as dores, também não passam as alegrias.
Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve pra montar o quebra-cabeça da nossa vida, um quebra-cabeça de cem mil peças.
Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ela lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, a demissão injusta, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem você é.
Não há nenhuma peça que não se encaixe.
Todas são aproveitáveis.
Como são muitas, você pode esquecer de algumas, e a isso chamamos de “passou”.
Não passou.
Está lá dentro, meio perdida, mas quando você menos esperar, ela será necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Ele recolhe cada um dos meus pedaços... 8º dia da Quaresma...



Ele recolhe cada um dos meus pedaços...


Estive no Supermercado (não vou citar o nome) ontem de manhã e de repente ouvi uma forte pancada e barulhos como se tivessem partido algumas coisas. Curiosamente caminhei para o som e vi algumas pessoas conversando e olhando para trás e apontando para o fim do corredor. Quando caminhei naquele corredor, vi que uma senhora tinha batido numa prateleira com seu carrinho e muitas coisas tinham caído no chão e, consequentemente, estavam quebradas. Ela estava ajoelhada no chão com muita vergonha, tentando limpar desesperada... Fiquei com pena , mas também fiquei tão mal por ela!!! Todo mundo estava ali parado olhando pra ela sem fazer nada pra poder ajudar ela... Assim , me abaixei ao lado dela e disse para  não se preocupar e comecei a ajudá-la a levantar as coisas quebradas. Depois de algum tempo, o gerente do supermercado chegou onde estávamos, também se abaixou ao nosso lado e disse à senhora:

* fique tranquila, deixe tudo como está, nós vamos limpar isso."

A senhora com muita vergonha disse-lhe:

*" Preciso pagar por tudo isso primeiro."

O gerente sorriu, ajudou-a a levantar-se e disse:

* temos seguro para tudo isso, você não precisa pagar nada "...

Se você tirou um tempo e escutou essa mensagem até agora, gostaria que você me desse mais um minuto... Onde quer que você esteja, feche seus olhos e imagine Deus fazendo o mesmo por você, pegando os pedaços do seu coração partido de todas as batidas que a vida Te deu ou talvez das más escolhas que você fez em um dado momento que você foi ferido...

Não importa, não se preocupe porque Deus vai curar todas as suas feridas. Ele quer te curar!

Ele quer cuidar da sua alma! Nós podemos ter esse mesmo seguro e se chama GRAÇA! O que significa favor imerecido, mesmo que não mereçamos só a sua GRAÇA nos sustentará! 🙌

Se essa mensagem tocou em seu coração,  compartilhe, alguém em algum lugar precisa escutar isso.

Eu fiz isso porque Ele me lembrou como Ele recolhe cada um dos meus pedaços.

O Senhor te abençoe!!!! 🙏❣️

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Ouvir o coração... 7º dia da Quaresma...

 


Ouvir o coração

Um rei mandou seu filho estudar no templo de um grande mestre, com o objetivo de prepará-lo para ser um grande administrador. Quando o príncipe chegou no templo, o mestre o mandou sozinho para uma floresta. Ele deveria voltar um ano depois, e recebeu a tarefa de descrever os sons da floresta.

Retornando ao templo, após um ano, o mestre pediu para descrever os sons de tudo aquilo que conseguira ouvir.
Disse o príncipe:

– Mestre, pude ouvir o canto dos cucos, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o ruído do vento cortando os céus.
Ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse novamente à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível.

Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu a ordem do mestre, pensando: – Mas eu já não distingui todos os sons da floresta? Dias e noites permaneceu sozinho na floresta ouvindo, ouvindo, ouvindo… mas não conseguiu distinguir nada de novo além dos sons já mencionados, anteriormente, ao mestre.

Então, certa manhã, começou a distinguir sons vagos, diferente de tudo que ouvira antes. Quanto mais atenção prestava, mais claro os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz.
Pensou:

– Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse. E sem pressa, continuou ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter a certeza de que estava no caminho certo. Quando retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir.

Pacientemente e respeitosamente, o príncipe disse:
– Mestre, quando prestei mais atenção, pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do Sol aquecendo a Terra, da grama bebendo o orvalho da manhã.

O mestre, sorrindo, acenou a cabeça em sinal de aprovação. E disse: – Ouvir o inaudível é ter a disciplina para se tornar um grande homem. É quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas.

Um grande homem pode inspirar confiança ao seu povo, entender o que está certo ou errado, entender as reais necessidades dos cidadãos. A morte de um país começa quando seus líderes ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem mergulhar a fundo na alma das pessoas para ouvir seus sentimentos, desejos e opiniões reais.

É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível da realidade, o lado não mensurado, o lado humano.”

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Coisas simples da vida... 6º dia da Quaresma...

 



Coisas simples da vida

Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso de um hotel.

Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave. Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: “Bem-vindo!” Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático.

No quarto, uma discreta opulência: uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite começou a pensar que estava com sorte.

Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para quarto. Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira.

A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um… Que noite agradável aquela!

Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: “Sua marca predileta de café. Bom apetite!” Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe? De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.

Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. “Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?” Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia. O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.

Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal. Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje.

Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito, mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemo-nos das pessoas.

O valor das pequenas coisas conta e muito. A valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Principal tarefa... 5º dia da Quaresma...

 


Principal tarefa

O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo – numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas.
Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza.
Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior.

Albert Einstein

sábado, 17 de fevereiro de 2024

A beleza e a feiura... 4º dia da Quaresma...

 



A beleza e a feiura

Um dia, a Beleza e a Feiura encontraram-se numa praia. E disseram uma à outra:
– Banhemo-nos no mar.

Então, tiraram as roupas e puseram-se a nadar nas águas. Após algum tempo, a Feiura voltou à praia, vestiu-se com os trajes da Beleza, e foi-se embora.

E a Beleza também voltou do mar, mas não encontrou suas roupas. Por vergonha de ficar nua, vestiu a roupa da Feiura e seguiu seu caminho.

Desde esse dia, alguns homens e mulheres enganam-se, tomando uma pela outra.

Contudo, alguns tinham visto o rosto da Beleza e a reconhecem,
apesar de suas vestes.

E alguns conhecem a face da Feiura, mas as roupas da beleza não a ocultam a seus olhos..

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O galo... 3º dia da Quaresma...

 




O galo

Era uma vez um grande quintal onde reinava soberano e poderoso galo. Orgulhoso de sua função, nada acontecia no quintal sem que ele soubesse e participasse. Com sua força descomunal e coragem heroica, enfrentava qualquer perigo. Era especialmente orgulhoso de si mesmo, de suas armas poderosas, da beleza colorida de sua penas, de seu canto maravilhoso.

Toda manhã acordava pelo clarão do horizonte e bastava que cantasse duas ou três vezes para que o sol se elevasse no céu.
– O sol nasce pela força do meu canto. – dizia ele – Eu pertenço à linhagem dos levantadores do sol. Antes de mim era meu pai. antes de meu pai era meu avô…

Um dia uma jovem galinha de beleza esplendorosa veio morar em seu reinado e por ela o galo se apaixonou. A paixão correspondida culminou numa noite de amor para galo nenhum botar defeito. E foi aquele amor louco, noite adentro. Depois do amor, já de madrugada veio o sono. Amou profundamente e dormiu profundamente. As primeiras luzes do horizonte não o acordaram como de costume. Nem as segundas…Para lá do meio dia, abriu os olhos sonolentos para um dia azul, de céu azul brilhante e levou um susto de quase cair.

Tentou inutilmente cantar, apenas para verificar que o canto não lhe passava pelo nó da garganta.
– Então não sou eu quem levanta o sol? – Comentou desolado para si mesmo.

E caiu em profunda depressão. O reconhecimento de que nada havia mudado no galinheiro enquanto dormia trouxe-lhe um forte sentimento de inutilidade e um questionamento incontrolável de sua própria competência. E veio aquele aperto na garganta. A pressão no peito virou dor. A angústia se instalou definitivamente e fez com que ele pensasse que só a morte poderia solucionar tamanha miséria.
– O que vão pensar de mim?, murmurou para si mesmo.

E lembrou daquele galinho impertinente que por duas ou três vezes ousou
de longe arrastar-lhe a asa. O medo lhe gelou nos ossos.
Medo. Angústia. Andou se esgueirando pelo cantos do galinheiro, desolado e sem saída. Do fundo de seu sentimento de impotência, humilhado, pensou em pedir ajuda aos céus e rezou baixinho, chorando.

Talvez tenha sido este momento de humildade, único em sua vida, que o tenha ajudado a se lembrar que, em uma árvore, lá no fundo do galinheiro, ficava o dia inteiro empoleirado um velho galo filósofo que pensava e repensava a vida do galinheiro e que costumava com seus sábios conselhos dar orientações úteis a quem o procurasse com seus problemas existenciais.

O velho sábio o olhou de cima de seu filosófico poleiro, quando ele vinha se esgueirando, tropeçando nos próprio pés, como que se escondendo de si mesmo. E disse:
– Olá! Você nem precisa dizer nada, do jeito que você está.
Aposto que você descobriu que não é você quem levanta o sol.
Como foi que você se distraiu assim? Por acaso andou se apaixonando?

Sua voz tinha um tom divertido, mas ao mesmo tempo compreensivo, como se tudo fosse natural para ele. A seu convite, o galo angustiado, empoleirou-se a seu lado e contou-lhe a sua história. O filósofo ouviu cada detalhe com a paciência dos pensadores. Quando o consulente já se sentia compreendido, o velho sábio fez-lhe uma longa preleção:

– Antes, quando você ainda achava que até o sol se levantava pelo poder do seu canto, digamos que você estava enganado. Para definir seu problema com precisão, você tinha o que pode ser chamado de “Ilusão de Onipotência”. Então, pela mágica do amor, você descobriu o seu próprio engano, e até ai estaria ótimo, porque nenhuma vantagem existe em estar tão iludido.

Saiba você que ninguém acredita realmente nessa história de canto de galo levantar o sol. Para a maioria, isto é apenas simbólico: só os tolos tomam isto ao pé da letra.

– Entretanto, agora, – continuou o sábio pensador – Você está pensando que não tem mais nenhum valor, o que é de certa forma compreensível em quem baseou a vida em tão grande ilusão. Contudo, examinando a situação com maior profundidade, você está apenas trocando uma ilusão por outra ilusão.

O que era uma “Ilusão de Onipotência” pode ser agora chamado de “Ilusão de incompetência”. Aos meus olhos, continuou o sábio, nada realmente mudou. Você era, é e vai continuar sendo, um galo normal, cumpridor de sua função
de gerenciar o galinheiro, de acordo com a tradição dos galináceos.

– Seu maior risco – continuou o pensador – é o de ficar alternando ilusões. Ontem era a Ilusão de Onipotência, hoje, Ilusão de Incompetência. Amanhã você poderá voltar à Ilusão de Onipotência novamente, e depois ter outra desilusão… Pense bem nisto: uma ilusão não pode ser solucionada por outra ilusão. A solução não está nem nas nuvens nem no fundo do poço.
A solução esta na realidade.

Após um longo período de silêncio, o velho galo filósofo voltou-se para os seus pensamentos. Nosso herói desceu da árvore para a vida comum do galinheiro. No dia seguinte, aos primeiros raios da manhã, cantou para anunciar o sol nascente. E tudo continuou como era antes.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

A rosa... 2º dia da Quaresma...

 



A rosa

Um certo homem plantou uma rosa e regou-a convincentemente, e antes de desabrochar, ele examinou-a. Ele viu o rebento que iria florir em breve e também os espinhos.

E pensou, “Como pode uma flor bonita vir de uma planta carregada de tantos espinhos?”…

Entristecido por este pensamento, ele deixou de regar a rosa, e antes de estar pronta a florir, ela morreu.

Assim se passa com muitas pessoas. Dentro de cada alma está uma rosa. As qualidades Divinas plantadas em nós à nascença crescem entre os espinhos dos nossos defeitos.

Muitos de nós nos analisamos e só vemos os espinhos, os defeitos. Desesperamos, pensando que nada de bom poderá possivelmente sair de nós. Negligenciamos a rega do que há de bom dentro de nós, e eventualmente isso morre.

Nunca nos chegamos a perceber o nosso potencial. Algumas pessoas não veem a rosa dentro delas próprias. é preciso alguém lhes mostrar.

Uma das maiores bênçãos que uma pessoa pode possuir, é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro dos outros.

Esta é a característica do amor, olhar para alguém, e sabendo dos seus defeitos, reconhecer a notabilidade da sua alma, e ajudá-lo a perceber que consegue ultrapassar os seus defeitos.

Se lhe mostrarmos a rosa, ela vencerá os espinhos. Então ela florescerá, com trinta, sessenta ou cem pétalas, conforme lhe tenha sido dado.

O nosso dever neste mundo é ajudar os outros mostrando-lhes as suas rosas e não os seus espinhos. Somente então atingiremos o amor que devemos sentir pelo próximo. somente então podemos florir no nosso próprio jardim.

“Acima de tudo, na vida, temos necessidade de alguém que nos obrigue a realizar aquilo de que somos capazes. É este o papel da amizade. “

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Ciúmes é ruim... 1º dia da Quaresma...

 




Ciúmes é ruim

Um tema muito polêmico e que está presente hoje na sociedade como um todo. Ninguém sabe como começa ou onde surge, mas o ciúme acontece e isso prejudica as pessoas em suas relações. Para alguns, parece até ser um bom sinal, o parceiro está se importando com o que está acontecendo de alguma maneira, mas com o tempo esse bom sinal se transforma em uma doença que dificilmente terá algum remédio. É a partir desse momento que as relações entre o casal começa a se desgastar.

Você já parou para pensar ou refletir realmente o que é o ciúme? O dicionário diz que é o medo de perder o objeto amado, mas será somente isso? Para alguns, pode ser a falta de confiança no parceiro o que faz com que essa doença comece a nascer e estrague uma relação. Mas na verdade, não é bem assim, pois o ciúme é a falta de confiança sim, mas não no parceiro e sim em si próprio. Pensando não ser capaz de atingir ou realizar algo, você acaba pensando que a pessoa que está com você a trocará por outra e esse medo faz com que você tenha as reações denominadas de “ciúme”.

Se essa doença tem cura? Como qualquer doença ela te uma solução sim, mas para você se curar dela, só há um antídoto: Você querer mudar e tomar a iniciativa para isso. Pensado que você é capaz, acreditando e agindo com essa ideia, o ciúme não virá a aparecer e assim não irá estragar a relação que você tem com o seu companheiro.

Evite também falar de assuntos que tragam lembranças ruins, de momentos em que essa epidemia esteve presente, afinal, para que ficar relembrando um passado amargo?

Se for necessário para você, procure algum tipo de auxílio, onde você poderá tratar de problemas como a autoestima e a autoconfiança. Após tudo isso, você mesmo se sentirá muito melhor e o seu romance estará cada vez mais forte com o seu verdadeiro amor.

O ciúme não constrói nada de positivo, muito pelo contrário, destrói aquilo que há de mais bonito, como duas pessoas que se amam e que estão juntas. Pense nisso. A solução está apenas em suas mãos.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

O caminho da vida...

 


O caminho da vida

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio, e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.

A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos. nossa inteligência, empedernidos e cruéis.

Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.

Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Somos todos um...

 


Somos todos um

Um amigo meu chamado Paulo ganhou um automóvel de presente de seu irmão no Natal.

Na noite de Natal, quando Paulo saiu de seu escritório, um menino de rua estava em volta do reluzente carro novo, admirando-o.

-Este carro é seu, senhor? – ele perguntou.

Paulo assentiu:

-Meu irmão me deu de Natal.

O garoto ficou boquiaberto.

-Quer dizer que foi um presente de seu irmão e não lhe custou nada? Nossa quem me dera… – comentou o menino.

É claro que Paulo sabia o que ele ia desejar.

Ele ia desejar ter um irmão como aquele. Mas o que o garoto disse chocou Paulo tão completamente que o desarmou.

-Quem me dera (continuou o garoto) ser um irmão como esse.

Paulo olhou o garoto com espanto, e então, impulsivamente, acrescentou:

-Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel?

-Eu adoraria!

Depois de uma voltinha, o garoto virou-se e, com os olhos brilhantes, disse:

-O senhor se importaria de passar em frente a minha casa?

Paulo deu um leve sorriso. Pensou que soubesse o que o menino queria.

Ele queria mostrar para os vizinhos que podia chegar em casa num carrão. Mas Paulo estava novamente enganado.

-Pode parar em frente daqueles dois degraus? – perguntou o garoto.

Ele subiu correndo os degraus. Então, passados alguns instantes, Paulo ouviu-o retornar, mas ele não vinha depressa. Carregava seu irmãozinho paralítico.

Sentou-o no degrau e depois o abraçou e apontou para o carro.

-Aí está ele, amigão, exatamente como eu te contei. O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e não lhe custou nem um centavo. E algum dia eu vou te dar um igualzinho… Então você poderá ver com seus próprios olhos todas as coisas bonitas sobre as quais eu venho tentando lhe mostrar…

Paulo saiu do carro e colocou o menino no banco da frente. O irmão mais velho, com os olhos ainda brilhando, entrou atrás dele e os três deram uma volta comemorativa.

Naquela noite, Paulo aprendeu que a felicidade maior sentimos quando a proporcionamos à alguém.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A boneca e a rosa...

 


A boneca e a rosa

Eu me apressei dentro de uma loja de departamentos local para pegar alguns presentes de natal de última hora. Olhei para todas aquelas pessoas e queixei-me comigo mesmo: “Eu ficarei aqui para sempre e ainda tenho muito o que fazer”. O Natal estava começando a se tornar uma tormenta pra mim. Eu tipo que desejei passar o Natal dormindo. Mas me apressei o melhor que pude no meio de todas as pessoas em direção ao departamento de brinquedos. Mais uma vez resmunguei comigo mesmo sobre os preços de todos aqueles brinquedos. E imaginei se os meus netos iriam sequer brincar com eles.

Eu me encontrava no corredor das bonecas. Pelo canto do olho vi um garotinho, lá pelos seus 5 aninhos, segurando uma adorável boneca. Ele continuou tocando os cabelos dela e a segurava com tanta suavidade. Eu não me continha. Eu apenas continuei olhando para garoto e imaginei para quem seria aquela boneca.

Eu vi o menino se virando em direção a uma mulher, chamar sua tia pelo nome e dizer: “Você tem certeza de que não tenho o dinheiro suficiente?”

Ela respondeu um pouco impaciente: “Você sabe que não tem o dinheiro suficiente para isso.”

A tia disse ao garotinho para não ir em nenhum lugar onde ela teria que pegar algumas outras coisas e que estaria de volta em alguns minutos. Então, ela deixou o corredor. O garoto continuou a segurar a boneca.

Após um tempo eu perguntei ao menino para quem seria a boneca e ele disse: “É a boneca que minha irmã tanto queria para o Natal. Ela sabia que o Papai Noel a traria.”

Eu disse a ele que talvez o Papai Noel pudesse levá-la. Ele disse “Não, o Papai Noel não pode ir onde minha irmã está… Eu tenho que dar a boneca para minha mãe levá-la.”

Eu perguntei a ele onde a irmã dele estava.

Ele olhou para mim com os olhos mais tristes e disse: “Ela se foi para estar com Jesus. Meu pai disse que mamãe tem que ir estar com ela.

Meu coração quase parou de bater.

Então o garoto olhou para mim novamente e disse, “Eu disse ao meu pai para dizer a mamãe para não ir ainda. Eu disse a ele para dizê-la para me esperar voltar do mercado. “

Então ele me perguntou se eu queria ver a foto dela.

Eu disse a ele que adoraria.

Ele pegou algumas fotos que ele tinha tirado em frente da loja. Ele disse:
“ Eu quero que minha mãe leve isto com ela então ela jamais se esquecerá de mim. Eu amo muito a minha mãe e desejo que ela não tenha que me deixar. Mas papai disse que ela precisa estar com minha irmã. “

Eu vi que o garotinho tinha baixado sua cabeça e tinha ficado muito quieto. Enquanto ele não estava olhando eu peguei minha bolsa e tirei um monte de notas. Eu perguntei ao garoto: “Vamos contar aquele dinheiro mais uma vez?”

Ele ficou agitado e disse “Sim, eu sei que isso tem que ser o suficiente”.

Então eu juntei meu dinheiro ao dele e começamos a contá-lo. Claro que era mais do que suficiente para a boneca.

Ele gentilmente disse: “Obrigado Jesus por me dar o dinheiro suficiente.”

Então o garoto disse: “Eu tinha pedido a Jesus para me dar o dinheiro suficiente para comprar esta boneca e então mamãe pode levá-la com ela para dar a minha irmã. E ele ouviu minhas preces. Eu queria pedi-lo o suficiente para comprar para minha mamãe uma rosa branca, mas não pedi, mas ele me deu o suficiente para comprar a boneca e a rosa para minha mamãe. Ela ama tanto rosas brancas, mas tanto, mas tanto.

Em alguns minutos a tia dele voltou e eu afastei meu carrinho. Não pude evitar de pensar sobre o garotinho quando terminei minhas compras em um espírito totalmente diferente daquele de quando comecei. E continuo lembrando uma história que tinha visto no jornal alguns dias antes sobre um motorista bêbado batendo o carro e matando uma garotinha e deixando em estado grave sua mãe. A família estava decidindo quando remover os aparelhos que a mantinham viva. Mas certamente esse garotinho não pertencia àquela mesma história. Dois dias depois eu li num jornal que a família tinha desconectado os aparelhos e a jovem mulher havia morrido. Não pude esquecer o garotinho e fiquei imaginando se as histórias estavam de alguma forma conectadas.

Mais tarde naquele dia, não pude me conter e sai para comprar algumas rosas brancas e levá-las para a funerária onde a jovem mulher estava. Lá, ela estava segurando uma amável rosa branca, uma linda boneca e uma foto do garotinho na loja. Eu sai de lá em lágrimas, minha vida mudara para sempre. O amor daquele garotinho por sua irmã e sua mãe era irresistível. E em um segundo um motorista bêbado tinha rasgado a vida daquele garotinho em pedaços.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Conselhos para vida...

 


Conselhos para vida

1.Eu não te amo pelo que tu és, mas pelo que eu sou quando estou contigo.

2.Ninguém merece as tuas lágrimas, e se alguém as merecer não te fará certamente chorar.

3.Se alguém não te amar com tu desejas, isso não quer dizer que esta pessoa não te ama com todo seu coração.

4.O verdadeiro amigo é aquele que segura tua mão e toca o teu coração.

5.A pior maneira de sentires a falta de alguém é sentares ao teu lado e saberes que ele/a nunca estará do teu lado.

6.Nunca deixes de sorrir mesmo que estejas triste, porque tu não sabes quem poderá apaixonar-se pelo teu sorriso.

7.Talvez, para a generalidade das pessoas, tu não seja senão mais um, mas para certas pessoas tu és todo o mundo.

8.Não percas tempo com quem não está disponível para passar algum tempo contigo.

9.Talvez Deus queira que tu conheças muitas pessoas mas antes de conheceres a pessoa boa, a fim de que tu possas ficar grato quando, enfim, a tiveres encontrado.

10.Não chores porque alguma coisa terminou, mas sorria porque ela aconteceu.

11.Haverá sempre alguém que te critica, mas continua a manter-te confiante, prestando atenção àqueles em que tu duplamente confias.

12.Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.

13.Não corras demasiado: as melhores coisas chegam quando menos se esperam.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

A arte de ouvir...

 


A arte de ouvir

Ela era uma senhora solitária, envolta no luto da dor, desde que o marido morrera. Vivia só, na grande casa do meio da quadra. Casa com varanda e cadeira de balanço.

Todas as manhãs, o entregador de jornais, garoto de uns 10 anos, passava pedalando sua bicicleta e, num gesto bem planejado, atirava o jornal nos degraus da varanda.

Nunca errava. Paff! Era o sinal característico do jornal caindo no segundo degrau.

Então, numa manhã de inverno, quando se preparava para lançar o jornal, ele a viu.

Parada nos degraus da varanda, de pé, acenando-lhe para que se aproximasse.

Ele desceu da bicicleta e foi andando em direção a ela. O que será que ela quer? – Pensou o garoto. Será que vai reclamar de alguma coisa?

Venha tomar um café, falou a senhora. Tenho biscoitos gostosos.

Enquanto ele saboreava o lanche que lhe aquecia as entranhas, ela começou a falar.

Falou a respeito do marido, de suas vidas, da sua saudade. Passado um quarto de hora, ele se levantou, agradeceu e saiu. No dia seguinte e no outro, a cena se repetiu.

O menino decidiu falar a seu pai a respeito. Afinal, ele achava muito estranha aquela atitude.

O pai, homem experiente, lhe disse: Filho, ouça apenas. A senhora Almeida deve estar se sentindo solitária, após a morte do marido.

Deixe-a falar. Recordar os dias de felicidade vividos deve lhe fazer bem ao coração. É importante que alguém a ouça.

Nos dias que se seguiram, nas semanas e nos meses, o garoto aprendeu a ouvir, demonstrando interesse em seus olhos verdes e espertos.

Quando a primavera chegou, ela substituiu o café quentinho pelo suco de frutas. O verão trouxe sorvete.

Ao final, o entregador de jornais já iniciava sua tarefa pensando na parada obrigatória em casa da viúva. Habituou-se a escutar e escutar. Percebeu, com o tempo, que a velha senhora foi mudando o tom das conversas.

Como a primavera, ela voltou a florir, nos meses que vieram depois.

Quando o ano findou, o menino foi estudar em outra cidade.

O tempo se encarregaria de lecionar mais esperança no coração da viúva e amadurecer ideias no cérebro jovem.

Muitos fatores contribuíram para que o garoto e a viúva não tornassem a se encontrar. Contudo, uma lição o acompanhou por toda a vida. Ele nunca se esqueceu da importância de ouvir as pessoas, suas dificuldades, seus problemas, suas queixas.

Lição que contribuiu também para o seu sucesso como esposo, pai de família e profissional.

* * *

Saber ouvir é uma virtude. De um modo geral, nos cumprimentamos, perguntando uns aos outros, como está a saúde e a dos familiares.

Raramente esperamos por uma resposta que não seja a padrão: Tudo bem.

Normalmente, se o outro passa a desfiar o rosário das suas dores e a problemática da família, nos desculpamos apontando as nossas obrigações e quefazeres.

Entretanto, quando nos sentimos tristes, desejamos ardentemente que alguém nos ouça, que escute a cantilena das nossas mágoas.

Pensemos nisso. Mas pensemos agora, enquanto ainda nos encontramos a caminho com nossos irmãos, na estrada terrena.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Massinha de modelar...

 


Massinha de modelar

Ninguém é massinha de modelar. Não posso te amassar, te moldar, te arrumar da forma que quero. Você é como é, eu sou como sou e podemos nos aceitar assim ou não. A escolha é só nossa. O problema é que sempre achamos que podemos tudo, mas não podemos nada. As coisas são dessa forma, você aceita se quer. Uma pessoa só muda se quer, se tem vontade, se faz esforço. Eu não tenho poderes para mudar ninguém, mal consigo ajustar o que anda desajustado em mim. O dia que todo mundo entender isso vai ser mais fácil viver a dois, a três, a quatro, a mil.

Clarissa Corrêa

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Escrever na areia...

 


Escrever na areia

Dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam pelas estradas e sombrias montanhas da Pérsia, acompanhados de seus servos.

Certa manhã chegaram à margem de um rio onde era preciso transpor a corrente ameaçadora. Ao saltar de uma pedra o jovem Mussa foi infeliz, falseando-lhe o pé e precipitando-se no torvelinho espumejante das águas em revoltas. Teria ali morrido, se não fosse Nagib, que atirou-se nas correntezas e conseguiu trazer a salvo o companheiro de jornada.

O que fez Mussa? Chamou os seus mais hábeis servos e ordenou-lhes que gravassem numa pedra esta legenda: “Nesse lugar, durante uma jornada Nagib salvou seu amigo Mussa”.

Seguindo viagem de regresso às terras, sentados numa areia clara, puseram-se a conversar e por motivo fútil, surge de repente, uma desavença entre os dois. Discordaram, discutiram e Nagib, num ímpeto de cólera, esbofeteou brutalmente seu amigo.

O que fez Mussa? Não revidou a ofensa. Ergueu-se e tomando tranquilo seu bastão escreveu na areia clara: “Neste lugar, durante uma jornada, Nagib por motivo fútil, injuriou, gravemente seu amigo Mussa”.

Um de seus ajudantes observou respeitoso: – Senhor, da primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib, mandaste gravar, para sempre, na pedra, o fato heroico. E agora, que ele acaba de ofender-vos, tão gravemente, limitas a escrever na areia incerta o ato de violência e covardia. A primeira legenda ficará para sempre. Todos os que passarem por este local dela terão notícia. Esta outra, porém, riscada no tapete da areia, antes do cair da tarde, terá desaparecido como um traço de espumas entre as ondas do mar.

Respondeu Mussa sabiamente: – É que, o benefício que recebi de Nagib permanecerá para sempre em meu coração. Mas, a injúria, escrevo-a na areia, como um voto, para que depressa se apague e mais depressa ainda, desapareça da minha lembrança.

Assim é meu amigo! Aprende a gravar na pedra os favores que receberes, os benefícios que te fizerem, as palavras de carinho, simpatia e estímulo que receberes.

Aprende, porém, a escrever na areia, as injúrias, as ingratidões, as ofensas e ironias que te ferirem pela estrada da vida.

Aprende a GRAVAR… Na pedra. Aprende a ESCREVER… Na areia.