domingo, 2 de julho de 2023

Reflexão: O famoso “todo mundo erra”

 


O famoso “todo mundo erra”

Você, certamente, já ouviu ou falou a frase: “todo mundo erra!”. Essa afirmativa está correta, porque a Terra é um planeta de provas e expiações, o que quer dizer que neste mundo não há ninguém perfeito.

A perfeição é uma meta que todos nós alcançaremos um dia, mas não pode ser encontrada no atual estágio evolutivo da humanidade terrestre. Não é outra a razão porque todos ainda cometemos erros, embora muitas vezes tentando acertar.

Tudo isso é fácil de entender, dirão alguns. E mais fácil ainda é tentar justificar as próprias faltas com a desculpa da imperfeição. Admitir, portanto, que cometemos falhas mais vezes do que gostaríamos, não é difícil. Também não é difícil tolerar os escorregões dos nossos afetos.

No entanto, se você admite que “todo mundo erra”, porque é tão difícil relevar as imperfeições alheias? Porque é tão fácil justificar os próprios erros e tão difícil aceitá-los nos outros?

Se quebramos um copo, por exemplo, logo nos desculpamos dizendo que foi sem querer, e pode ter sido mesmo. Mas, se é outra pessoa que o faz, já achamos uma maneira de criticar, dizendo que é descuidada ou não prestou a devida atenção no que estava fazendo.

Se a esposa não conseguiu servir o almoço na hora que deveria, é porque ficou de conversa fiada com alguma amiga. Mas quando você é o esposo e não dá conta de entregar um serviço no prazo, é porque é um homem muito atarefado.

Quando o marido chega em casa nervoso e irritado, é porque está sobrecarregado de problemas, mas não desculpa se a esposa está impaciente por ter passado o dia todo ouvindo choro de criança e atendendo as tarefas da casa.

Se você é a esposa e tem seus motivos para justificar a falta de atenção com os filhos, em determinado momento, pense que seu esposo também tem suas razões para justificar uma falta qualquer.

Se você é filho e acha que está certo agindo desta ou daquela maneira, entenda seus pais, pois eles também encontrarão motivos para justificar seus deslizes.

O que geralmente ocorre, é que não paramos para ouvir as pessoas que transitam em nossa estrada. O que é mais comum, é criticar sem saber dos motivos que as levaram a se equivocar.

Se temos sempre uma desculpa para nossas faltas, devemos convir que os outros também as têm. Se assim é, por que tanta inquietação com as ações que julgamos erradas nos outros?

Não temos a intenção de fazer apologia ou defender o desculpismo, mas, simplesmente, chamar a atenção para o fato de que todos estamos sujeitos a dar um passo em falso. E por isso devemos, no mínimo, entender quando isso acontece.

Se todo mundo erra, temos mais motivos para a tolerância e o perdão. E se ninguém é perfeito, mais razão para entender as imperfeições alheias.

Ou será que só nós temos o direito a tropeçar?

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